A pressão pela estética e pelo corpo perfeito estão presentes na sociedade atual. E se pela visão de psicólogos e nutricionistas isso é extremamente prejudicial para a saúde, na visão do mercado de produtos para emagrecimento isso é a fonte da riqueza.
Recentemente o Novo Nordisk, a produtora do Ozempic, se tornou a empresa mais valiosa da Europa e seu crescimento parece não ter fim. Para entender o impacto deste mercado, basta analisar a economia da Dinamarca, que viu seu fluxo de dólares para o país crescer, afetando diretamente o PIB.
Uma pesquisa recente feita no Reino Unido indicou que apenas 20% das pessoas estão satisfeitas com o próprio corpo, enquanto mais de um terço tem uma visão negativa sobre o seu “shape”. Some-se a isso a escalada da população obesa no mundo. A Federação Mundial de Obesidade (IASO, na sigla em inglês) estima que, na atual trajetória, o planeta terá cerca de 1 bilhão de obesos. No Brasil, 30% da população é considerada obesa. Nos Estados Unidos, esse percentual chega a 40%.
O crescimento na prescrição de Ozempic é notório, chegando a mais de 300 mil receitas semanais. O tratamento nos EUA necessita de pedido médico e o custo gira em torno de US$ 1 mil. Outra é que o tempo médio de tratamento vem crescendo. Se, antes, o uso de Ozempic e afins durava seis meses, a tendência é que possa chegar até dois anos no futuro. Se a população alvo dos Estados Unidos buscar tratamento de oito meses em média, considerando aproximadamente 50% de queda no preço atual e um tratamento limitado a 4% da renda anual de cada pessoa, chegamos a um mercado potencial de mais de US$100 bilhões em 2030.
As vendas dos emagrecedores da Novo Nordisk e da americana Eli Lilly já chegam a US$ 21 bilhões por ano.
Mesmo assim, as empresas não deixam de ter potenciais riscos. Um deles é que são medicamentos recentes, datados de meados de 2017, e algum efeito colateral de longo prazo ainda não foi monitorado.