Enquanto marcas disputam a atenção dos jovens, um público com poder de compra trilionário redefine o mercado de consumo e o conceito de longevidade.
As pessoas maduras estão movendo uma revolução silenciosa — e bilionária. No Brasil, esse público já responde por um consumo que cresce três vezes mais rápido do que o dos mais jovens e movimenta impressionantes R$ 2 trilhões ao ano, segundo dados recentes do setor. Mesmo assim, 63% das marcas ainda concentram seus esforços de marketing nos millennials, deixando um oceano de oportunidades praticamente inexplorado.
No Fórum CEO Brasil 2025, a CEO e fundadora da Spark:Off, Andrea Bisker (@andreabisker), encerrou o evento com uma provocação que ecoou entre os executivos: “Vocês estão olhando para este mercado com a seriedade que deveriam?”
Especialista em tendências de consumo e comportamento, Andrea destacou a urgência de compreender a chamada economia prateada, que engloba pessoas acima dos 50 anos — um público ativo, conectado e com crescente expectativa de vida e longevidade profissional.
Inovação a serviço da maturidade
Bisker trouxe exemplos de empresas que já entenderam o potencial dessa transformação. Um deles vem da LG, que desenvolveu um ar-condicionado com inteligência artificial voltado para ajudar mulheres na menopausa a regular a temperatura durante os “fogachos” noturnos.
O caso ilustra uma tendência global: produtos e serviços desenhados para o conforto, o bem-estar e a autonomia das pessoas maduras, em vez de reforçar estereótipos de fragilidade ou exclusão.
Um mercado que quer ser ouvido — e representado
O crescimento desse público não se reflete apenas nos números, mas também em valores. As novas gerações de 50+, 60+ e 70+ buscam propósito, prazer e representatividade — e rejeitam narrativas que os colocam como “aposentados” ou “desconectados”.
São consumidores que viajam, investem, cuidam da saúde, aprendem novas habilidades e exigem experiências personalizadas. Ao ignorar esse público, as marcas não apenas perdem relevância, como deixam de participar de uma das maiores transformações demográficas e culturais da história recente.
O futuro é prateado
A economia da longevidade redefine o que significa envelhecer — e o que significa ser consumidor. Mais do que uma faixa etária, trata-se de um estado de espírito ativo, consciente e exigente.
Como ressaltou Andrea Bisker, compreender e valorizar esse público não é uma ação de inclusão: é uma estratégia de crescimento e sustentabilidade de negócios. As marcas que entenderem isso primeiro serão as que liderarão o mercado na próxima década.