Acelen terá aporte do Mubadala para produzir biocombustível no Brasil

Nogueira: ‘80% menos carbono’ Studio Brammer

Marcelo Nogueira, CFO da petroquímica Acelen, que hoje é dona da Refinaria Mataripe, na Bahia, antes da Petrobras, deu detalhes no dia 28, em evento em São Paulo, sobre projeto da empresa, de produzir combustível sustentável no Brasil. 

Segundo disse, a Acelen terá aporte de sua controladora, o fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala, para viabilizar no Brasil a produção em escala de macaúba, oleaginosa que produz até dez vezes mais óleo do que a soja, a ser usada como matéria-prima de combustíveis sustentáveis dos tipos SAF (aviação) e HVO (multiaplicações). 

O projeto vai priorizar áreas de pastagens degradadas para a formação de cultivos, mirando evitar o desmatamento de áreas florestadas. Outra expectativa é viabilizar com as lavouras o sequestro de CO2 em quantidades significativas o bastante para classificar os combustíveis da Acelen como produtos de baixo carbono. 

“Nós calculamos conseguir reduzir até 80%, podendo ser ainda mais da pegada de carbono quando comparado ao combustível fóssil [de aviação convencional]”, afirmou Nogueira, em fala no Global Halal Brazil Business Forum 2025, evento sobre oportunidades de negócios entre o Brasil e países do mundo muçulmano, caso dos Emirados Árabes Unidos, origem do Mubadala. 

Num painel que discutia a efetivação de parcerias estratégias entre o Brasil e países do mundo islâmico, Marcelo Nogueira pediu ao governo brasileiro para avançar na aproximação com países islâmicos, buscando criar um ambiente adequado para parcerias estratégicas e de longo prazo.

Na sua avaliação, o projeto da Acelen é uma dessas parcerias, por aliar o potencial do Brasil para a produção de biocombustíveis e o interesse dos países árabes em descarbonizar suas economias e acelerar a transição para o pós-petróleo, com “benefícios incalculáveis”, segundo disse, para os dois lados. 

O apoio de capital do Mubadala também será essencial, segundo disse, para capitalizar o projeto até as lavouras de macaúba atingirem produção em escala comercial. A planta, apesar de mais produtiva do que a soja, leva cinco anos para dar seus primeiros frutos. 

Realizado pela Câmara Árabe-Brasileira e pela Fambras Halal, o Global Halal Brazil Business Forum 2025 tem patrocínio de MBRF (Marfrig/BRF), Modon, Seara Alimentos, Eco Halal, Emirates, Grupo MHE9, Prime Company, Carapreta Carnes Nobres e SGS.

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