Ações da Braskem caem mais de 14% na Bolsa por problemas na estrutura de capital

As ações da Braskem (BRKM5) operaram em forte queda nesta sexta-feira (26) após a petroquímica anunciar a contratação de assessores financeiros e jurídicos para revisar sua estrutura de capital. Os papéis caíram 14,81%, fechando o pregão a R$ 7,02.

A medida visa elaborar um diagnóstico de alternativas econômico-financeiras para otimizar a estrutura de capital da companhia em um momento de ciclo de baixa do mercado petroquímico global, que a própria Braskem projeta que deve se estender por vários anos.

A reação negativa do mercado sugere que investidores interpretaram o anúncio como um sinal de um processo formal de reestruturação, segundo avaliação do JPMorgan. O banco americano aponta que a decisão reflete o cenário de dificuldade do setor, marcado por excesso de oferta, alta alavancagem da Braskem (cerca de 10,5 vezes), incertezas sobre o projeto de lei PRESIQ e os riscos ainda pendentes em Alagoas.

Apesar da interpretação do mercado, o JPMorgan acredita que uma negociação fora do judiciário (extrajudicial) ainda é possível, destacando que a limitada dívida garantida da Braskem pode ser uma vantagem nesse contexto.

O Bradesco BBI reforçou a complexidade do momento, afirmando que “não existe solução mágica para a recuperação da Braskem”. Para o banco, a revisão da estrutura de capital é apenas uma de diversas medidas necessárias, que incluem:

Reforçando o cenário desafiador, o UBS BB afirmou que o anúncio sublinha o aperto nas margens do setor. Para os analistas, a aprovação do PRESIQ/REIQ (programas de incentivo) e tarifas de importação mais altas tornaram-se “pré-requisitos para interromper o consumo de caixa em um futuro próximo”. Em resposta, o UBS BB cortou a recomendação para as ações da Braskem de compra para neutro, e reduziu o preço-alvo de R$ 15 para R$ 10.

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