As ações da Raízen apresentavam uma reação negativa aos resultados do quarto trimestre da Safra 24/25 (4T25). Por volta das 12h30, registravam uma queda de 3,3%. A Raízen reportou um prejuízo líquido de R$ 2,5 bilhões no quarto trimestre do ano-safra 2024/25 (janeiro a março), ampliando as perdas em 186,1% em relação ao prejuízo de R$ 878,6 milhões registrado no mesmo período do ano anterior.
Segundo a companhia, o resultado foi impactado por (i) desafios operacionais que prejudicaram o desempenho dos negócios; (ii) efeitos não recorrentes, principalmente relacionados à revisão da estratégia de atuação em Trading; (iii) aumento das despesas financeiras; e (iv) constituição de provisão para não realização de tributos diferidos (R$ -900 milhões em 2024’25).
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,72 bilhão no trimestre, representando uma queda de 53,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
A receita líquida cresceu 7,5% no trimestre, alcançando R$ 57,7 bilhões, e subiu 15,8% no ano, somando R$ 255,3 bilhões. O lucro bruto foi de R$ 1,9 bilhão entre janeiro e março, retração de 49,8% frente ao mesmo intervalo de 2023.
Para a XP Investimentos, os resultados aquém do esperado refletem os desafios do processo de reestruturação da companhia, que envolve a otimização do portfólio, a renovação da liderança e a reorganização das operações comerciais, o que é visto de forma positiva pelos analistas. De acordo com Nelson Gomes, CEO da Raízen, a empresa está retomando o foco em seus negócios principais, como a produção de açúcar, etanol, bioenergia e a distribuição de combustíveis.
Em um comentário após a divulgação dos números, o executivo ressaltou que a Raízen está redefinindo sua área de trading, direcionando-se para operações de maior valor e reduzindo sua exposição em mercados de maior risco, como o de açúcar branco.
A companhia está iniciando a moagem da safra 2025/26, que será impactada pelo clima seco do ano anterior e pelas queimadas de 2024. Segundo o diretor de Relações com Investidores, Phillipe Casale, alguns canaviais não apresentaram recuperação após o impacto do fogo.