Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central, morreu nesta quarta-feira (21) com 84 anos. O economista também tinha uma coluna no jornal O Estado de São Paulo, além de ter contribuído em uma série de outros projetos voltados para a sociedade. A causa da morte não foi divulgada.
“Em sua passagem pelo BC, dedicou-se ao trabalho de lançar as bases de uma economia estável e com crescimento sustentável. Deu significativa contribuição para a resolução do problema do endividamento externo brasileiro. Com exímia habilidade, foi negociador junto ao Fundo Monetário Internacional e os bancos credores internacionais, ajudando de forma definitiva a evitar que o país entrasse numa situação de insolvência externa. No campo acadêmico, deixa trabalhos inovadores que serviram de inspiração a uma geração de ex-alunos e que certamente serão consultados por novos economistas. Em vida, ganhou o reconhecimento dos mais renomados economistas do país”, diz o Banco Central em nota.
Nascido em 19 de junho de 1939, em São Paulo, Affonso foi um dos economistas de maior renome no Brasil. Atuou como professor, colunista e consultor, além de ser autor de dois livros e também possui passagem na gestão pública, já que trabalhou como secretário da Fazenda de São Paulo entre 1979 e 1983.
O velório foi aberto ao público e ocorreu na tarde desta quarta-feira no cemitério Morumbi, na zona-sul da capital paulista. Diversas instituições e autoridades públicas lamentaram a despedida de Pastore, e destacaram que o economista foi um dos fundadores e primeiro presidente do Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP).
“Professor e pesquisador, teve enorme impacto na formação de várias gerações de economistas. Foi presidente do Banco Central e se tornou um intelectual público na melhor acepção do termo: engajado em debates nos mais variados fóruns, capaz de traduzir a teoria econômica para o grande público, aberto a novas ideias, mas sem jamais abrir mão da coerência e do rigor acadêmico. Impressionava a todos que o conheciam pela firmeza de opiniões e retidão moral. É uma imensa perda para todos que tiveram o privilégio de conviver com ele no CDPP. Foi um grande brasileiro que muito contribuiu para o progresso do Brasil”, disse o órgão em nota.