As exportações do agronegócio paulista totalizaram US$ 4,03 bilhões e as importações US$ 1,02 bilhão no acumulado de janeiro e fevereiro de 2025. Como resultado, o saldo da balança comercial apresentou um superávit de US$ 3,01 bilhões, representando uma queda de 25,7% em relação ao primeiro bimestre de 2024. Os dados fazem parte da análise mensal do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
O resultado é fruto de uma queda brusca nas exportações de açúcar, principal produto da pauta paulista para o mercado internacional, que estava aquecido devido à maior disponibilidade do produto proveniente da Índia, Tailândia e União Europeia, associado ao período de entressafra brasileiro. “Os produtores optaram por comercializar o açúcar no mercado interno, onde o preço está mais vantajoso com a desvalorização do dólar frente ao real no começo de 2025”, comenta José Alberto Ângelo, pesquisador científico do IEA-Apta.
Apesar da queda registrada, os embarques paulistas garantiram mais uma vez o status de maior exportador brasileiro a São Paulo, com 18,1% de participação, seguido por Mato Grosso (15%), Minas Gerais (11,6%) e Paraná (11,5%).
Segundo os dados do IEA-Apta, a participação do setor de sucos nos embarques totais foi de 88%, seguido pelos produtos alimentícios diversos (69,8%), produtos de origem vegetal (65,8%) e complexo sucroalcooleiro (55,2%).
No primeiro bimestre de 2025, os cinco principais grupos de produtos exportados pelo agronegócio paulista foram liderados pelo complexo sucroalcooleiro, que representou 27% das exportações do setor, somando US$ 1,09 bilhão, com o açúcar respondendo por 91,6% e o etanol por 8,4%. Em seguida, o grupo de sucos teve uma participação de 14,2%, totalizando US$ 573,74 milhões, sendo 98,6% provenientes do suco de laranja.
O setor de carnes ficou próximo, com 14,1% e um valor de US$ 567,76 milhões, dos quais 82,1% correspondem à carne bovina. Os produtos florestais responderam por 12,3% das exportações, alcançando US$ 494,75 milhões, com a celulose representando 54,7% e o papel 36,2%. Já o grupo do café teve uma participação de 7,4%, registrando US$ 297,21 milhões, sendo 70,4% referentes ao café verde e 26,5% ao café solúvel.
Esses cinco grupos representaram, em conjunto, 75% das exportações do agronegócio paulista. O complexo soja aparece na sétima posição, com vendas de US$ 175,91 milhões, sendo 24,1% referentes ao farelo de soja e 68,5% à soja em grão. A expectativa é de um aumento nas vendas desse grupo nos próximos meses, conforme avance a colheita no estado de São Paulo.