Grandes empresas, como Amazon e Google, assinaram na quarta-feira (11) um compromisso para apoiar a meta de pelo menos triplicar a capacidade mundial de energia nuclear até 2050. O acordo foi firmado durante a conferência CERAWeek, em Houston.
“Estamos realmente no início de uma nova indústria”, afirmou o secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright, em entrevista à Reuters na terça-feira (10), durante o evento.
A Associação Nuclear Mundial (WNA) afirmou que o compromisso deve ganhar mais adesão nos próximos meses, com o apoio de setores como marítimo, aviação e petróleo e gás. O grupo da indústria nuclear, que facilitou o acordo, destacou em comunicado que a iniciativa se soma à promessa feita por mais de 30 países em 2023 para triplicar a capacidade nuclear global até 2050.
Atualmente, a energia nuclear, considerada uma fonte limpa, responde por 9% da eletricidade mundial, com 439 reatores em operação, segundo a WNA. Além disso, a tecnologia tem se tornado uma solução atraente para data centers de alto consumo energético, com grandes empresas de tecnologia já fechando diversos acordos bilionários com concessionárias de energia.
Em janeiro de 2024, os preços do óxido de urânio — insumo essencial para a tecnologia nuclear — atingiram o nível mais alto em mais de 16 anos, impulsionados pela incerteza no fornecimento e pelo aumento da demanda. A valorização da commodity ganhou força a partir de 2021, quando as interrupções causadas pelos bloqueios da COVID-19 afetaram a produção global.
Apesar da crescente demanda, a oferta de urânio segue limitada, uma vez que a produção global está fortemente concentrada em três países: Cazaquistão, Canadá e Austrália, que responderam por cerca de dois terços da produção mundial em 2022, segundo a Associação Nuclear Mundial (WNA).
No início de 2025, havia aproximadamente 411 reatores nucleares em operação no mundo, com uma capacidade total de 371 gigawatts. A Amazon, que já investiu mais de US$ 1 bilhão em projetos e tecnologias de energia nuclear, também está explorando o desenvolvimento de pequenos reatores modulares.
*Com informações da Reuters