Amazon investirá US$ 4 bilhões em infraestrutura de nuvem no Chile

A Amazon Web Services (AWS), divisão de computação em nuvem da gigante americana Amazon, anunciou um investimento de US$ 4 bilhões para a construção de seus primeiros data centers e infraestrutura de nuvem no Chile. A informação foi confirmada à Reuters pelo chefe da empresa na América Latina do Sul.

A nova região de nuvem, a terceira da AWS na América Latina – após Brasil e México –, tem previsão para iniciar suas operações no segundo semestre de 2026. Em entrevista concedida em Santiago na terça-feira, o executivo local da AWS, Juan Pablo Estevez, assegurou que todas as licenças necessárias para o projeto foram concedidas. A infraestrutura proporcionará um poder de computação “substancial”, essencial para serviços avançados como inteligência artificial generativa.

A expansão global de data centers tem gerado debates sobre o consumo de energia e água, preocupações que se intensificam no Chile, um país que enfrenta uma seca prolongada há mais de 15 anos. Questões ambientais já levaram o Google a revisar seus planos para um data center de US$ 200 milhões no país, após uma decisão judicial ambiental desfavorável em setembro passado. A Microsoft, por sua vez, espera que seu centro de computação em nuvem Azure no Chile comece a operar ainda este ano, conforme informações em seu site.

Estevez procurou tranquilizar sobre o impacto ambiental do projeto da Amazon, afirmando que a região de nuvem utilizará água para resfriamento de seus servidores em apenas 4% do ano. O restante do tempo, serão utilizadas tecnologias de resfriamento a ar e evaporação. Ele também destacou que a Amazon tem compensado 100% de seu consumo energético com energia renovável desde 2023.

Globalmente, a AWS já opera 36 regiões e 114 zonas de disponibilidade, utilizadas por grandes empresas como Netflix, General Electric e Sony para armazenamento, rede e segurança remota. No Chile, clientes como o varejista Cencosud, o gigante do comércio eletrônico MercadoLibre e diversas empresas de mineração já utilizam outros serviços regionais da companhia.

Apesar de a previsão de receita e renda da divisão de nuvem da Amazon para o primeiro trimestre ter ficado abaixo das estimativas, divulgadas na última quinta-feira, Estevez expressou otimismo em relação ao crescimento no Chile e em toda a região. “A previsão é que o mercado (do Chile) cresça 20,3% ano a ano, de agora até 2028”, declarou, acrescentando que o mercado movimentou US$ 1,5 bilhão no ano passado e a expectativa é de alcançar US$ 1,9 bilhão em 2025.

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