Ambipar pede recuperação judicial no Brasil e nos EUA

A Ambipar (AMBP3) protocolou um pedido de recuperação judicial (RJ) na 3ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro nesta segunda-feira, em caráter de urgência.

A decisão do conselho de administração ocorre em meio a uma grave crise de caixa e à iminência de vencimento acelerado de bilhões de reais em dívidas. O pedido de proteção judicial foi feito em conjunto com suas afiliadas, incluindo a Ambiental ESG Participações.

Em Fato Relevante, a companhia de gestão ambiental e de resíduos também comunicou que sua subsidiária, Ambipar Emergency Response, busca auxílio ao processo de falência nos termos do Chapter 11 (Capítulo 11) nos Estados Unidos.

A Ambipar atribuiu a crise à “descoberta de acusações de irregularidades” ligadas à “contratação de operações de swap pela diretoria financeira” e à “renúncia abrupta do antigo diretor financeiro”. A empresa adiantou que estes eventos, somados ao “forte abalo na confiança do mercado em relação ao Grupo Ambipar”, resultaram em “pedidos de antecipação de vencimento de dívidas por parte de alguns credores”.

A crise de liquidez, que culminou no pedido de RJ, foi desencadeada por uma operação de crédito com o Deutsche Bank que exigiu garantias adicionais da Ambipar, drenando volumes significativos de caixa da companhia em poucos dias.

As ações da Ambipar já vinham em forte declínio desde o final de setembro, quando João de Arruda deixou o comando da diretoria financeira, sendo substituído por Ricardo Garcia, que acumulou o cargo com o de Relações com Investidores (RI). Negociadas a mais de R$ 10 no final de setembro, as ações AMBP3 fecharam o pregão de segunda-feira cotadas a R$ 0,58 e foram retiradas dos nove índices da B3 dos quais faziam parte.

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