América Latina assume protagonismo na preservação da biodiversidade

A conferência, que acontece neste mês na Colômbia, busca reforçar compromissos internacionais para a preservação ambiental

Isabel Alarcón/climatetrackerlatam.org - Reprodução

Com a crescente urgência de proteger os ecossistemas em um cenário global de mudanças climáticas e degradação ambiental, a 16ª Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP16), que acontece entre os dias 21 de outubro e 1º de novembro na Colômbia, é uma das mais importantes para a agenda global de sustentabilidade e preservação da biodiversidade. 

“Assim como na COP do clima, a COP da biodiversidade é fundamental para reforçar compromissos dos países e pressioná-los a alcançar suas metas. O tema da perda de biodiversidade, tanto terrestre quanto marítima, é latente e precisa de soluções urgentes”, pontua Gustavo Loiola, professor e consultor em ESG e sustentabilidade.

A América Latina abriga 60% de toda a biodiversidade do planeta, colocando a Colômbia, anfitriã do evento, em uma posição estratégica nas discussões globais sobre biodiversidade. “O evento na Colômbia é uma grande oportunidade para que a América Latina se posicione como centro das discussões, já que boa parte da biodiversidade global está em nosso território”, aponta.

Entre os temas que devem ganhar destaque na COP16 estão os mecanismos de inclusão de povos originários e bioeconomia. O Brasil, que desempenhou um papel de destaque ao aprovar diretrizes no G20 sobre o tema, será um dos protagonistas nesse aspecto. “A exploração sustentável da biodiversidade, mantendo áreas preservadas e incluindo as comunidades locais, é um desafio que promete avançar durante as negociações”, afirma Loiola.

O setor privado também será impactado pelas decisões da COP16. Loiola destaca que o mercado financeiro já começa a incorporar mecanismos de conservação, como créditos de biodiversidade, algo que deve ganhar mais força nos próximos anos.

Por fim, a eliminação e redução do desmatamento deve ser uma pauta central, com impacto não apenas nos países da América Latina, mas também nas relações comerciais com mercados compradores, como a União Europeia, que já exige que produtos exportados sejam provenientes de áreas livres de desmatamento. 

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