A Americanas (AMER3) enfrenta um momento crucial na decisão sobre sua recuperação judicial, prevendo um desfecho na assembleia geral de credores (AGC) marcada para esta tarde. O processo teve início há onze meses após a revelação de inconsistências contábeis que indicaram um passivo de R$ 42,5 bilhões. A empresa avançou com um acordo preliminar, contando com a adesão de mais de 60% de seus principais credores, incluindo Bradesco, Santander, BTG Pactual, Itaú e Safra. Esse acordo, chamado Plano de Apoio à reestruturação (PSA), envolve um aporte de R$ 24 bilhões, com R$ 12 bilhões provenientes dos acionistas e R$ 12 bilhões convertidos de créditos em ações pelos bancos.
Caso a proposta seja aceita por mais de 50% dos credores na AGC, os acionistas injetarão imediatamente R$ 3,5 bilhões através de uma debênture com vencimento em dois anos. Além disso, está prevista a eleição de um novo conselho de administração até 10 dias após a homologação do acordo, mantendo sete membros e mandato de dois anos.
O PSA também destaca a intenção de vender ativos, como a Hortifruti Natural da Terra (HNT) e a Uni.co, com os recursos direcionados para o pagamento antecipado de dívidas. Outras Unidades Produtivas Isoladas (UPIs), não inicialmente listadas, poderão ser negociadas. O documento reforça o compromisso de pagamento integral para dívidas trabalhistas e de micro e pequenos empreendedores, enquanto para outras classes, os credores com até R$ 12 mil receberão o valor completo, e aqueles com valores superiores receberão uma oferta de R$ 12 mil, renunciando ao excedente.
Adicionalmente, até R$ 8,7 bilhões serão destinados ao pagamento de credores financeiros, através de um leilão reverso com financiamento de até R$ 2 bilhões e pagamento antecipado com desconto de R$ 6,7 bilhões. Ao final do processo de recuperação judicial, a Americanas estima ter uma dívida bruta de R$ 1,87 bilhão. O desfecho dessa AGC será determinante para a futura trajetória da Americanas e suas operações no cenário varejista brasileiro.
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