As projeções do mercado financeiro para a inflação e a taxa de câmbio em 2025 foram revisadas para baixo, de acordo com o Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Banco Central. Apesar disso, a expectativa para a taxa Selic (juros básicos) no ano permaneceu inalterada.
A expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB), que mede o crescimento da economia, manteve-se em 2,16%. Já a taxa Selic permanece projetada em 15% pela décima quinta semana consecutiva, sinalizando a visão do mercado de que a política monetária de combate à inflação se manterá restritiva.
As revisões também alcançaram os cenários de longo prazo. A projeção para 2026 ficou em 12,25% (a anterior era de 12,25%), para 2027 em 10,50% e para 2028 se manteve em 10% pela 41ª semana.
O mercado espera o dólar em R$ 5,53 em 2026 (abaixo dos R$ 5,58 anteriores), em R$ 5,65 em 2027 e em R$ 5,56 em 2028. As estimativas para a inflação de 2026 foram para 4,28%, para 2027 para 3,90% e para 2028 para 3,70%.
As projeções para outros índices também tiveram ajustes. A projeção para 2025 caiu de 1,02% para 0,96%. Para 2026, ficou em 4,20%, e para 2028, foi revisada de 4% para 3,98%. A expectativa de alta para 2025 subiu de 4,77% para 4,81%, indicando maior pressão em tarifas e itens controlados.
Para o BC, reduzir a Selic enquanto a inflação projetada ainda está fora da meta pode sinalizar uma complacência, o que faria as expectativas subirem ainda mais. A manutenção da Selic alta (15%) é a principal ferramenta para forçar as projeções futuras de inflação a convergirem para a meta.
Em resumo, o Boletim Focus mostra que, enquanto alguns fatores (câmbio e inflação de curto prazo) dão um respiro, o Banco Central (e o mercado) ainda acredita que a única forma de garantir a volta da inflação para a meta é mantendo os juros em um patamar extremamente restritivo (15%) por mais tempo.