O mercado financeiro continua a revisar para baixo suas expectativas de inflação. Segundo o Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (11), a projeção para o IPCA em 2025 caiu pela 11ª semana consecutiva, passando de 5,07% para 5,05%.
O relatório, que consolida as previsões de economistas, também apontou para revisões em outros indicadores econômicos importantes A projeção para a taxa de câmbio em 2025 se manteve em R$ 5,60, enquanto para os anos de 2026, 2027 e 2028 a estimativa permaneceu em R$ 5,70.
A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 teve uma leve queda, de 2,23% para 2,21%. Para os anos seguintes, as projeções também foram ligeiramente ajustadas para baixo, com 2026 em 1,87% e 2027 em 1,93%. A projeção para 2028, contudo, se manteve estável em 2% por 74 semanas.
A previsão para a taxa básica de juros, a Selic, para este ano continua em 15%, uma estabilidade que já dura sete semanas. As estimativas para a inflação de 2026 também foram revisadas para baixo, de 4,43% para 4,41%. Já a projeção para o IGP-M em 2025 recuou de 1,33% para 1,28%.
Desde a implementação do sistema de meta contínua no início de 2025, o Brasil tem enfrentado dificuldades para manter a inflação sob controle. Com o objetivo de 3% e uma margem de tolerância que vai de 1,5% a 4,5%, o país viu o IPCA acumulado em 12 meses superar o teto da meta por seis meses consecutivos, até junho.
Devido a essa persistência inflacionária, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, precisou enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar as razões do descumprimento.
Segundo Galípolo, a inflação acima do limite de 4,5% é resultado de uma combinação de fatores:
- Atividade econômica aquecida: O forte ritmo da economia tem pressionado os preços.
- Variação cambial: As oscilações do câmbio impactaram o custo de produtos importados.
- Custo da energia elétrica: O aumento nas tarifas de energia contribuiu para a alta generalizada de preços.
- Anomalias climáticas: Eventos climáticos extremos afetaram a produção e a distribuição de alimentos.
A carta de Galípolo detalha os desafios enfrentados pela política monetária e mostra a necessidade de ajustes para reconduzir a inflação aos patamares desejados.