A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) atualizou sua projeção e agora estima um reajuste médio de 6,3% nas contas de luz em 2025, um aumento que deve superar a inflação. A estimativa, divulgada no boletim InfoTarifa, se deve principalmente ao orçamento aprovado para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que ficou R$ 8,6 milhões acima do previsto. Outro fator que contribui para o aumento é o nível baixo das hidrelétricas.
A CDE, que teve seu orçamento fixado em R$ 49,2 bilhões para 2025, é um fundo do setor elétrico que financia políticas públicas. Entre elas estão a tarifa social para famílias de baixa renda, o programa Luz Para Todos, subsídios para fontes renováveis e geração de energia em regiões isoladas. O fundo é mantido por cobranças embutidas na conta de luz de todos os consumidores, além de multas e aportes do Tesouro Nacional.
Segundo o boletim da Aneel, as condições hidrológicas também influenciaram a revisão da projeção. Com afluências abaixo da média em todo o país, a geração de energia pelas hidrelétricas diminuiu, o que exige o acionamento de usinas termelétricas, que são mais caras. Em agosto, a bandeira tarifária é a vermelha nível 2, que adiciona R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.
No entanto, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) projeta a possibilidade de retorno da bandeira verde em dezembro. A expectativa é que, com o início do período de chuvas e a recuperação dos reservatórios, a participação das hidrelétricas na matriz energética volte a crescer.
Nos últimos anos, o Brasil enfrentou variações significativas no preço da energia elétrica, especialmente em períodos de crise hídrica, levando a reajustes acima da inflação. A Aneel monitora e regula esses reajustes, mas a conta de luz costuma refletir não só a inflação, mas também a conjuntura econômica, climática e política do setor.