Quatro blocos do pré-sal, localizados na Bacia de Campos entre Espírito Santo e Rio de Janeiro, serão licitados no regime de partilha de produção no sistema de Oferta Permanente da ANP.
A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na terça-feira (18). A expectativa é que a licitação arrecade mais de R$ 522 bilhões durante a vida útil dos projetos, com quase R$ 1 bilhão em bônus de assinatura previstos para este ano e R$ 511 bilhões em investimentos.
Esses blocos se juntam a outros 24 que já estavam autorizados para licitação. O próximo leilão, previsto para junho, tem potencial para ser o maior já realizado. No regime de partilha, a empresa responsável pela exploração repassa parte da produção para o governo federal, que pode revender o óleo. No ano passado, quase 80% dos 4,3 milhões de barris de petróleo produzidos no Brasil vieram do pré-sal.
A Bacia de Campos, localizada entre o Espírito Santo e o Rio de Janeiro, foi a primeira região a apresentar um grande potencial de exploração de petróleo no Brasil, sendo considerada um marco no setor de energia do país. Sua formação remonta a cerca de 100 milhões de anos, quando os continentes sul-americano e africano se separaram. Esse processo gerou um “aterro natural” composto por sedimentos liberados no Oceano Atlântico, que, sob condições de alta pressão e temperatura, formaram as reservas de petróleo e gás natural dentro de rochas porosas no subsolo marinho.
A área da Bacia de Campos abrange aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados e estende-se desde o Espírito Santo, nas proximidades de Vitória, até Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro. O primeiro campo de petróleo com volume comercial a ser descoberto foi o de Garoupa, em 1974, a uma profundidade de 124 metros.
No ano seguinte, foi descoberto o campo de Namorado, e em 1976, o campo de Enchova. Em 13 de agosto de 1977, a produção comercial offshore teve início no campo de Enchova, com a instalação do Sistema de Produção Antecipada na plataforma Sedco 135-D, que produzia 10 mil barris de petróleo por dia (bpd).
Desde então, a Bacia de Campos tem sido fundamental para a produção de petróleo no Brasil, com uma das maiores concentrações de campos no pré-sal e outras áreas promissoras.
*Com informações da Agência Brasil