Faltando nove meses para a realização da COP30 em Belém, o prazo para a entrega das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) chegou ao fim na última segunda-feira (10). Embora o Acordo de Paris exija que os países revisem suas ambições climáticas a cada cinco anos, até o momento, apenas dez dos 197 países signatários atualizaram suas metas para a redução de gases do efeito estufa.
O Brasil se destacou ao lado de países como os Emirados Árabes Unidos, Uruguai, Suíça, Reino Unido, Nova Zelândia, Andorra, Equador, Santa Lúcia e os Estados Unidos, que também apresentaram suas metas climáticas em 2024. Essa ação foi tomada antes dos EUA anunciarem sua intenção de sair do Acordo de Paris, destacando a relevância de suas atualizações.
Em 2025, o Acordo de Paris completará dez anos. No entanto, as metas de contenção do aquecimento global têm sido amplamente inatingíveis. Para estabilizar a temperatura global em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, as emissões de gases do efeito estufa precisam ser reduzidas em 57% até 2035, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
O secretário-geral da ONU, António Guterres, ao delinear as prioridades para 2025, destacou a necessidade urgente de os países adotarem planos mais robustos, com a redução das emissões de gases do efeito estufa em 60% até 2035, especialmente através da redução da produção e do consumo de combustíveis fósseis. Ele reforçou ainda o papel do Brasil, que sediará a COP30, como fundamental para a colaboração internacional em ações climáticas.
O Brasil, responsável por 2,45% das emissões globais, segundo de gases do efeito estufa, o relatório de 2024 do Banco de Dados de Emissões para Pesquisa Atmosférica Global (Edgar), foi o segundo país a atualizar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), atrás apenas dos Estados Unidos Árabes Unidos.
Na revisão de sua NDC, o Brasil atingiu uma meta de redução de emissões de gases do efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, com base nos níveis de 2005. A nova meta implicará que o país atingirá uma emissão líquida anual de 850 milhões a 1,05 emissões de toneladas de CO2 equivalente (CO2e) até o final da década de 2030, refletindo seu compromisso com as metas climáticas.
A ONU deverá anunciar em breve um novo prazo para a submissão das metas climáticas dos países, com a expectativa de que seja em setembro deste ano. Esse atraso reflete as dificuldades que várias nações enfrentam para cumprir suas próprias ambições climáticas. Um exemplo disso é a União Europeia, que, apesar de ser um dos maiores emissores de gases de efeito estufa, não conseguiu concluir e submeter a sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) dentro do prazo previsto inicialmente. Isso demonstra que, mesmo entre os principais emissores, ainda existem desafios significativos para alcançar as metas acordadas no Acordo de Paris.
*Com informações da Agência Brasil