Após polêmica, OEI libera venda de açaí, tucupi e maniçoba na COP 30

A Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) revogou, neste sábado (16), a proibição da venda de açaí, tucupi e maniçoba nas áreas oficiais da COP 30. A decisão, registrada em um documento assinado por Luiz José da Silva, secretário da Comissão de Avaliação da OEI, garante que a culinária paraense tradicional estará presente na Conferência do Clima.

Anteriormente, os três produtos típicos do Pará haviam sido vetados do edital de seleção de restaurantes e quiosques que atuarão no evento. O motivo alegado era o alto risco de contaminação, o que gerou forte reação de setores locais e nacionais. A primeira versão do edital de contratação de operadores havia restringido o consumo desses alimentos típicos da região, alegando risco de contaminação por Trypanosoma cruzi, o parasita causador da doença de Chagas, quando não há pasteurização.

A doença de Chagas, também chamada de tripanossomíase americana, é provocada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Tradicionalmente, a infecção se dava pelo contato com as fezes do barbeiro, liberadas após a picada do inseto. Porém, hoje a forma mais comum de contágio no Brasil é a ingestão de alimentos contaminados.

Segundo o Ministério do Turismo, a atualização do edital de seleção de operadores de restaurantes e quiosques que vão atuar durante a COP garante espaço para os sabores tradicionais do Pará na Conferência do Clima na Amazônia Anteriormente, o tucupi (caldo típico feito a partir da mandioca), a maniçoba (preparada com a maniva, folha da mandioca) e todos os tipos de açaí. Com a publicação do novo documento, esses itens foram liberados para comercialização oficial durante o evento, que está marcado para ocorrer em novembro em Belém.

O Ministério do Turismo destacou que a atualização do edital assegura a valorização dos sabores regionais. A medida também reconhece a importância da gastronomia de Belém, que é reconhecida pela UNESCO como Cidade Criativa da Gastronomia e foi apontada pela Lonely Planet como um dos dez melhores destinos gastronômicos globais em 2024.

O Pará é o maior produtor de açaí do mundo, responsável por cerca de 90% da produção global. Segundo o governo estadual, a produção anual do fruto no estado supera 1,7 milhão de toneladas.

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