A Apple realizou uma operação logística acelerada no final de março para antecipar o envio de iPhones e outros produtos fabricados na Índia e na China aos Estados Unidos, com o objetivo de escapar dos efeitos de uma nova tarifa de 10% imposta pelo governo de Donald Trump. Segundo a imprensa local, a empresa utilizou cinco aviões em um intervalo de apenas três dias, pouco antes da entrada em vigor da medida, no dia 5 de abril.
A antecipação permitiu à Apple reforçar seus estoques nos EUA com produtos ainda isentos da nova alíquota, reduzindo o impacto imediato dos custos adicionais sobre os preços ao consumidor.
“As reservas que chegaram com a tarifa anterior vão proteger temporariamente a Apple dos preços mais altos dos novos embarques”, afirmou uma fonte ao jornal Times of India. A estratégia é vista como uma tentativa da empresa de mitigar os efeitos da crescente tensão comercial entre os Estados Unidos e seus principais parceiros asiáticos.
As tarifas impostas pelo governo americano fazem parte de um pacote mais amplo, que elevou para 54% as taxas sobre produtos da China e para 26% sobre os da Índia. A Apple, que depende fortemente da produção chinesa, viu suas ações caírem 19% após o anúncio — a pior sequência desde a crise das pontocom, segundo o Wall Street Journal.
Segundo analistas, a nova tarifa sobre produtos chineses pode adicionar cerca de US$ 300 ao custo de produção de um iPhone 16 Pro, hoje vendido a US$ 1.100. A alternativa de transferir a produção para os Estados Unidos foi descartada devido aos custos muito mais elevados.