Em um movimento estratégico para fortalecer sua cadeia de suprimentos de minerais essenciais, a Apple (AAPL.O) anunciou na terça-feira um investimento de US$ 500 milhões na MP Materials (MP.N), uma importante operadora de minas de terras raras nos Estados Unidos. A gigante da tecnologia busca com este aporte reduzir sua dependência de fontes de minerais estrangeiras, em um cenário geopolítico cada vez mais complexo.
A MP Materials não apenas extrai, mas também refina minerais de terras raras, buscando ganhar espaço em um mercado dominado pela China. Terras raras são cruciais para a fabricação de diversos componentes eletrônicos, incluindo os utilizados nos iPhones e outros produtos da Apple.
As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos essenciais para a fabricação de ímãs permanentes de alto desempenho, que por sua vez são componentes críticos em motores de veículos elétricos, turbinas eólicas, sistemas de defesa, eletrônicos e robótica. Entre os elementos mais valiosos nesse processo estão o Neodímio e o Praseodímio (NdPr), usados para produzir ligas metálicas magnéticas, especialmente os ímãs de Neodímio-Ferro-Boro (NdFeB).
Este investimento da Apple ocorre em um contexto de crescente preocupação nos Estados Unidos em relação à segurança da cadeia de suprimentos de terras raras. Recentemente, o Pentágono também se tornou acionista da MP Materials, demonstrando o reconhecimento da importância estratégica desses minerais. A construção de uma nova unidade pela MP Materials visa acelerar o desenvolvimento de uma cadeia de abastecimento de ímãs de terras raras nos EUA, buscando a autonomia do país nesse setor.
Analistas de mercado apontam que a iniciativa da Apple pode incentivar outras empresas do setor de tecnologia a diversificarem suas fontes de minerais, buscando alternativas fora da China. A medida também ocorre em um momento em que o governo dos EUA tem considerado incentivos e financiamentos para fortalecer a produção doméstica de terras raras.