A Argentina anunciou nesta sexta-feira (11) o fim da maior parte dos controles cambiais e a adoção de um regime de bandas para a flutuação do peso, medida que marca uma nova etapa na política econômica do presidente Javier Milei. A decisão acontece enquanto o país se prepara para receber um empréstimo de US$ 15 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI), equivalente a 75% do programa acordado com o organismo multilateral.
O Banco Central argentino informou que o peso passará a ser negociado dentro de uma faixa entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar, encerrando o sistema de controle conhecido como “cepo cambiário”, que restringia severamente o acesso à moeda norte-americana.
Além disso, o governo anunciou o fim do limite de US$ 200 mensais para a compra de dólares por pessoas físicas e permitirá que empresas remetam parte de seus dividendos ao exterior — flexibilizações que devem estimular a confiança do mercado, mas que também poderão pressionar as reservas internacionais do país.
A expectativa é que parte do novo desembolso do FMI seja usada para sustentar o novo regime cambial e reforçar as reservas internacionais do Banco Central.
Os ativos da Argentina subiram com força após o país suspender a maior parte dos controles cambiais. Os títulos soberanos avançaram até 3,5% ao longo da curva nesta segunda-feira (14), segundo dados compilados pela Bloomberg.
De acordo com o ministro da Economia, Luis Caputo, o Banco Central receberá imediatamente um reforço de US$ 12 bilhões, com depósito previsto para terça-feira (15). Outros US$ 2 bilhões devem ser liberados em junho.
Os recursos serão utilizados para fortalecer as reservas internacionais do país e dar sustentação à nova política cambial, em um esforço para estabilizar a economia e conter a inflação cronicamente elevada.