Arrecadação federal atinge R$ 226,8 bilhões em novembro e soma R$ 2,59 trilhões no ano

Agencia-Brasil

A arrecadação do governo federal registrou um desempenho histórico em novembro de 2025, atingindo R$ 226,753 bilhões. O resultado, divulgado nesta segunda-feira (22) pela Receita Federal, representa um crescimento real de 3,75% acima da inflação (IPCA) em comparação ao mesmo mês do ano anterior e estabelece o maior patamar para o período desde o início da série histórica, em 1995.

No acumulado dos primeiros onze meses do ano, os cofres públicos somaram R$ 2,594 trilhões, uma alta real de 3,25%. O crescimento foi impulsionado tanto pelas receitas administradas pela União, que avançaram 1,06% para R$ 214,398 bilhões, quanto pela arrecadação de outros órgãos — categoria que inclui os royalties de petróleo —, que apresentou um salto expressivo de 93,10%, totalizando R$ 12,355 bilhões no mês.

Um dos principais destaques do relatório foi o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que arrecadou R$ 8,61 bilhões, uma expansão real de 39,95%. De acordo com o fisco, o salto reflete o aumento nas operações de crédito para pessoas jurídicas e a saída de moeda estrangeira, ambos influenciados por mudanças legislativas recentes estabelecidas pelo Decreto 12.499, de junho de 2025.

No campo da seguridade, a Receita Previdenciária somou R$ 58,36 bilhões, com alta real de 2,77%. O resultado foi favorecido pelo aumento de 4,15% na massa salarial e pela reoneração escalonada da folha de pagamentos e da contribuição patronal dos municípios, conforme previsto pela Lei nº 14.973/24. Além disso, as compensações tributárias com débitos previdenciários cresceram 20,75% no período.

Por fim, as contribuições do PIS/Pasep e Cofins totalizaram R$ 49,67 bilhões, crescendo 3,15% acima da inflação. O desempenho setorial foi misto: enquanto houve retração no volume de vendas no comércio e queda na arrecadação dos setores de bebidas e distribuição de água, o resultado foi compensado pelo avanço no setor de serviços, com destaque para instituições financeiras, tecnologia da informação e fabricação de equipamentos eletrônicos.

Analistas de mercado e órgãos de controle observam que, embora a receita esteja em níveis recordes, o cumprimento da meta fiscal ainda depende de fatores variáveis no mês de dezembro. A alta expressiva de 93,10% nas receitas de royalties de petróleo e o salto no IOF devido a mudanças legislativas foram cruciais para “inflar” o caixa em novembro, mas são receitas que podem apresentar volatilidade.

Além disso, a reoneração escalonada da folha de pagamentos, que começou a surtir efeito na Receita Previdenciária, é uma das principais apostas da equipe econômica para garantir que o resultado primário de dezembro não sofra uma deterioração sazonal. Se o ritmo de arrecadação de novembro se mantiver no último mês do ano, as chances de o governo entregar um resultado dentro do intervalo do arcabouço fiscal aumentam consideravelmente, reduzindo a necessidade de novos bloqueios orçamentários.

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