O Assaí Atacadista comunicou na noite de segunda-feira (14) a renúncia de seu CFO e Diretor de Relações com Investidores, Vitor Fagá. A saída repentina surpreendeu o mercado, especialmente por Fagá estar no cargo há apenas cerca de um ano.
De forma interina, o CEO da companhia, Belmiro Gomes, assumirá também as funções de Diretor de Relações com Investidores. Já Aymar Giglio Jr., atual Diretor de Tesouraria, passa a acumular interinamente as responsabilidades de CFO, ainda sem designação estatutária, enquanto a empresa conduz o processo de seleção para um novo executivo.
Em relatório divulgado antes da abertura do mercado, o JPMorgan avaliou que a mudança inesperada poderia ter impacto negativo sobre os papéis da varejista — e a previsão se confirmou. Às 10h38 (horário de Brasília) desta terça-feira (15), as ações do Assaí caíam 2,97%, negociadas a R$ 8,17.
No mesmo relatório divulgado nesta terça-feira (15), o banco destaca que a renúncia aumenta o “ruído” em um momento sensível para a varejista, que passa por um processo gradual de desalavancagem financeira.
Segundo a análise, o Assaí ainda opera com um nível considerado desconfortável de alavancagem ajustada — estimada em cerca de 3 vezes a relação entre dívida líquida ajustada e Ebitda ao fim de 2025. O banco reforça que, embora as perspectivas operacionais permaneçam estáveis, o cenário financeiro continua exigindo atenção dos investidores.
O Itaú BBA também afirma que o anúncio foi uma surpresa, uma vez que Fagá foi uma figura pública importante para o Assaí, inclusive durante as recentes reuniões com investidores e momentos-chave da estratégia de desalavancagem.