Ataques com IA atingem quase 8 em cada 10 empresas no Brasil, aponta estudo

Imagem: Divulgação.

Mesmo com adoção crescente da IA, mais de 40% dos empresários ainda subestimam riscos relacionados à cibersegurança

O uso de Inteligência Artificial (IA) no ambiente corporativo tem se tornado cada vez mais comum, impulsionado especialmente pela transformação digital acelerada no período pós-pandemia. No entanto, o avanço dessa tecnologia também acende um alerta: o crescimento de ataques cibernéticos associados à IA, que já afetam a maioria das empresas brasileiras.

De acordo com o Cybersecurity Readiness Index, relatório global da Cisco divulgado em 2025, 77% das empresas brasileiras sofreram algum ataque cibernético envolvendo Inteligência Artificial no último ano. A pesquisa ainda revela que 93% das companhias utilizam a IA como ferramenta para detecção de ameaças. Apesar disso, o levantamento mostra que mais de 40% dos empresários ainda subestimam os riscos da IA para a segurança de seus negócios.

O alerta vai ao encontro de outro estudo recente, realizado pela McKinsey: “The state of AI in early 2024: Gen AI adoption spikes and starts to generate value”. Segundo o relatório, 72% das empresas no mundo adotaram tecnologias de IA em 2023, demonstrando a rápida popularização da ferramenta no mercado.

Entretanto, à medida que a tecnologia avança, também se tornam mais sofisticados os métodos utilizados por cibercriminosos. Para Alex Vieira, especialista em cibersegurança e fundador da PierSec — empresa brasileira focada em soluções avançadas de proteção digital para negócios — é justamente essa dualidade que representa o maior desafio atual.

“A IA, ao mesmo tempo que auxilia as empresas na detecção e resposta a malwares, também cria um grande leque de possibilidades para os criminosos, especialmente na automação de golpes como phishing, coleta mais rápida de informações da empresa, geração de códigos maliciosos, desenvolvimento de ransomwares, deepfakes cada vez mais realistas e até mesmo a automação de ciberataques. Portanto, ela tem o potencial de acentuar este risco às empresas”, explica Alex.

O especialista destaca que, com a automação proporcionada pela IA, cibercriminosos ganham agilidade e escala. “Se antes criminosos eram responsáveis por atuar em todo o passo a passo do golpe, agora, várias tarefas podem ser delegadas à esta tecnologia, o que economiza tempo e expande recursos”, completa.

Como prevenir ciberataques com o avanço da IA?

Apesar dos riscos, Alex afirma que a IA pode — e deve — ser usada a favor da segurança cibernética, desde que acompanhada de boas práticas e medidas preventivas. O primeiro passo, segundo ele, é reconhecer a importância da cibersegurança no planejamento estratégico da empresa. Contar com profissionais capacitados para diagnosticar vulnerabilidades e implementar correções é essencial.

Entre as recomendações do especialista, estão atitudes simples que podem fazer a diferença na proteção digital:

A Inteligência Artificial chegou para ficar nas empresas, trazendo muitos benefícios, mas também desafios reais para a segurança de todos. O que fica claro é que não dá para ignorar os riscos — afinal, eles estão cada vez mais presentes e sofisticados. Mesmo com os riscos crescentes, Alex reforça que a tecnologia de IA pode continuar sendo uma aliada da segurança.

“A inteligência artificial é uma ferramenta utilizada por pessoas bem e mal-intencionadas. Mas seus impactos positivos podem se sobressair se for utilizada de forma inteligente no combate às ameaças”, conclui.

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