Atitudes de Maduro aumentam tensão no Planalto

A avaliação do governo brasileiro é de que o presidente da Venezuela avançou para além da retórica

As recentes ações do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, geraram preocupações no Palácio do Planalto, levando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a convocar uma reunião de emergência com o chanceler Mauro Vieira e o embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente.

A análise dos assessores de Lula indica que Maduro foi além da retórica, elevando a tensão na região. Embora o governo brasileiro acredite que um conflito iminente seja improvável, a postura surpreendente de Maduro motiva o Planalto a agir.

A reunião agendada para esta quarta-feira (6) no Rio de Janeiro busca definir a posição do governo brasileiro diante do agravamento da crise. As preocupações aumentaram após Maduro divulgar um novo mapa da Venezuela, incorporando a região de Essequibo, que pertence à Guiana. Ele também anunciou a criação da “zona de defesa integral Guayana Essequiba” e apresentou um projeto de lei para a formação da província.

O governo brasileiro está apreensivo devido ao aumento da tensão, pois isso poderia resultar na instalação de uma base militar dos Estados Unidos na Guiana, o que representaria uma ameaça à estabilidade regional e minaria a liderança brasileira na América do Sul.

Auxiliares do Planalto afirmam que Lula buscará evitar conflitos, planejando telefonemas para Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, nos próximos dias. No Itamaraty, a avaliação é de que Maduro é imprevisível, especialmente em período eleitoral, exigindo um acompanhamento diário da situação, dada a impossibilidade de projeções a longo prazo.

Foto: REUTERS 

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