Atividade econômica do Brasil inicia quarto trimestre em ritmo mais fraco

A economia brasileira demonstrou um ritmo mais fraco no início do quarto trimestre, conforme dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgados nesta segunda-feira (15). O indicador, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 0,2% em outubro na comparação com o mês anterior, frustrando a expectativa de economistas consultados pela Reuters, que previam um leve crescimento de 0,1%.

A análise dos componentes do índice revelou que, sem o suporte da agricultura, a retração da atividade seria ainda maior. O setor agrícola foi a única contribuição positiva no período, expandindo-se 3,1%. Sem essa expansão, o IBC-Br teria registrado uma contração de 0,3% em outubro, englobando os resultados da indústria, serviços e impostos sobre a produção. No acumulado de 12 meses até outubro, o índice, em termos não ajustados sazonalmente, mostrou uma alta de 2,5%.

Os indicadores de atividade econômica são acompanhados de perto por analistas, que buscam calibrar suas projeções para o início de um ciclo de afrouxamento monetário pelo Banco Central.

Na semana passada, a autoridade monetária manteve a taxa básica de juros em 15% pela quarta reunião consecutiva. O BC tem adotado uma postura rigorosa, reiterando a necessidade de manter os juros neste patamar elevado por um período prolongado para garantir que a inflação retorne à meta estabelecida de 3%.

Apesar de o Comitê de Política Monetária (Copom) não ter oferecido orientação clara sobre o momento em que os cortes nas taxas poderão ser iniciados, a maioria dos economistas do mercado financeiro projeta que o afrouxamento monetário comece no primeiro trimestre do próximo ano. A expectativa majoritária é de um corte inicial em março, embora uma parcela dos analistas veja espaço para essa medida ocorrer já em janeiro.

A projeção oficial mais atual do Banco Central (divulgada no RPM do terceiro trimestre de setembro de 2025) é para um crescimento de 2,0%. O BC justificou a redução para 2,0% devido, em parte, à necessidade de manter a política monetária restritiva (taxa Selic alta), que demora a fazer efeito na atividade econômica, e aos sinais de moderação no crescimento global e doméstico.

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