O Seminário Educação LIDE, realizado na Casa LIDE, nesta quinta, 03, reuniu líderes empresariais, representantes do governo e especialistas em educação para debater o tema “Educação para o Futuro”. O evento culminou com a proposta de criação de uma carta de posicionamento que reunirá a visão conjunta dos participantes a respeito de alguns temas atuais como o uso de IA no ensino, capacitação e atualização de professores e o uso de celulares nas escolas, a ser apresentado como contribuição ao Plano Nacional de Educação (PNE).
O evento foi aberto por Luiz Fernando Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que enfatizou a educação como o principal desafio para o Brasil e o mundo. Roberto Rodrigues, Embaixador da FAO para o Cooperativismo, reforçou a importância da educação ao traçar paralelos com a revolução agrícola no Brasil, destacando que avanços na ciência, empreendedorismo e políticas públicas só são possíveis com uma base educacional sólida.
O primeiro painel abordou temas como tecnologia, inteligência artificial e a qualidade do material escolar. Maria Helena Castro, vice-presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, destacou o impacto da tecnologia na educação e a necessidade de preparar os professores para o futuro. “As escolas ainda estão muito presas ao passado. Temos que formar professores para o futuro, desenvolvendo uma consciência crítica sobre o uso da tecnologia”, afirmou Maria Helena.
Mario Ghio, presidente da Associação Brasileira de Sistema de Ensino e Plataformas Educacionais – ABRASPE, enfatizou a importância de integrar diversas ciências para tornar as escolas mais eficientes. “Produtividade é melhorada com educação. Já investimos um percentual alto do PIB em educação no Brasil, mas com resultados desagradáveis. Precisamos aprender a usar a IA como assessora, não como substituta”, disse Ghio.
O segundo painel focou nos caminhos e propostas para um Plano Nacional de Educação moderno e transformador. Priscila Cruz, presidente do Todos pela Educação, organização da sociedade civil que objetiva mudar a qualidade da Educação Básica no Brasil, destacou a necessidade de uma melhor formação de professores e sistemas de avaliação mais eficazes. Raquel Teixeira, Secretária de Educação do Rio Grande do Sul, reforçou a importância da alfabetização como base para combater outras desigualdades no país.
O evento foi encerrado com um compromisso significativo: a criação de uma carta compromisso que reunirá a visão do empresariado brasileiro, representantes governamentais e especialistas em educação presentes, com o objetivo de contribuir para a construção de um Plano Nacional de Educação mais eficaz e alinhado às necessidades atuais e futuras.
A Universidade Brasil, uma das patrocinadoras do evento, reafirmou seu compromisso com a melhoria da educação no país. Fernando Costa, presidente do conselho da universidade, destacou: “Precisamos aprender a utilizar as tecnologias do futuro a nosso favor. Esse é o nosso desafio. Estivemos em Stanford conversando com alguns professores e existe uma ideia de uso da IA para avaliar os professores em sala de aula e também os alunos, o que vai nos dar mais segurança. É um projeto que temos para vencer esse desafio que é gerir melhor os resultados a partir de um sistema de avaliação melhor estabelecido, e assim analisar melhor as metas e a eficiência do sistema de forma integral. Nesse sentido, uma ideia também seria a criação de uma agência regulatória para a educação no Nível Superior. É algo que temos debatido visando a melhoria da qualidade, transparência e eficiência do sistema educacional.”