Axia aprova uso de R$ 30 bilhões em reservas para bonificar acionistas

Os acionistas da Axia Energia ratificaram, em Assembleia Geral Extraordinária realizada na última sexta-feira (19), um robusto plano de reorganização societária que envolve a capitalização de R$ 30 bilhões em reservas de lucros. A operação, uma das maiores do setor energético no ano, inclui a criação de novas classes de ações e uma distribuição massiva de bonificações, visando otimizar a estrutura de capital da companhia e antecipar-se a possíveis mudanças na tributação sobre proventos.

A estratégia aprovada introduz a ação preferencial classe C (PNC), que será negociada na B3 sob o ticker AXIA7 a partir desta segunda-feira (22). Os investidores receberão 0,2628 nova ação PNC para cada papel ordinário ou preferencial que possuíam até a data de corte (19 de dezembro).

Simultaneamente, a Axia lançou as ações de classe R (PNR), que passarão por um resgate compulsório em 13 de janeiro, pagando aos acionistas o valor unitário de R$ 1,29947 por papel.

No mercado internacional, a reorganização também surte efeito imediato, com as ADRs lastreadas nas novas PNCs iniciando negociação na Bolsa de Nova York (NYSE) nesta segunda-feira.

Enquanto isso, as classes preferenciais A e B foram convertidas para as novas nomenclaturas A1 e B1, embora mantenham seus códigos de negociação originais, AXIA5 e AXIA6, respectivamente. A entrega física das novas ações nos portfólios dos investidores deve ser concluída até o final de dezembro.

Analistas do Itaú BBA classificaram a movimentação como um “uso eficiente” do balanço da empresa. Segundo a instituição, a manobra permite que a Axia Energia distribua valor acumulado aos seus acionistas de forma estratégica, equilibrando o fortalecimento da governança com a manutenção da capacidade de investimento em novos projetos. A operação reforça a percepção de uma gestão ativa de capital, garantindo previsibilidade em um cenário de possíveis reformas tributárias no Brasil.

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