As ações da Azul dispararam mais de 10% nesta segunda-feira, 16, após a companhia confirmar, em comunicado ao mercado no domingo, 15, que está em negociações com arrendadores de aeronaves para quitar suas dívidas, que somam US$ 570 milhões.
De acordo com fontes familiarizadas com o assunto, a Azul está oferecendo ações da para liquidar cerca de US$ 600 milhões em dívidas. Uma das fontes informou à Reuters que “há um impulso se formando para uma conclusão bem-sucedida de uma reestruturação extrajudicial”, acrescentando que a Azul e os arrendadores se reuniram em Nova York nas últimas semanas.
Embora a Azul não tenha comentado as negociações até o momento, em agosto a empresa afirmou que não estava considerando pedir recuperação judicial nos EUA e que pretendia oferecer aos arrendadores uma participação em ações para quitar suas dívidas. Fontes anônimas indicaram que a maioria dos arrendadores da companhia já sinalizou concordância.
Nesse contexto, os arrendadores poderiam obter cerca de 20% de participação societária na Azul. Uma fonte comentou: “Não é 100% o que a Azul gostaria, nem 100% o que os arrendadores gostariam, mas pode ser uma boa maneira de aliviar esse peso”.
Ainda em 2023, a Azul firmou um acordo com arrendadores e fabricantes de equipamentos, oferecendo US$ 570 milhões em ações preferenciais, avaliados a R$ 36 cada, como parte de sua reestruturação financeira.
Um desfecho dessa renegociação é visto como fundamental para que a empresa avance em outra frente, que é a de tomar mais capital com os detentores de títulos de dívida internacionais (bondholders). Seriam cerca de US$ 800 milhões, usando a Azul Cargo como garantia.