A Azul anunciou a suspensão de voos em 13 cidades, resultando no corte de 53 rotas de baixa rentabilidade. A iniciativa faz parte de um plano de reestruturação que a companhia aérea está implementando, enquanto se encontra em processo de recuperação judicial nos Estados Unidos desde maio.
A empresa ainda não divulgou a lista das localidades e rotas afetadas, mas o foco será concentrar as operações em seus principais hubs — Viracopos (Campinas), Confins (Belo Horizonte) e Recife. A estratégia visa otimizar a conectividade e diminuir a necessidade de múltiplas conexões.
Além da redução da malha aérea, o plano da Azul prevê a diminuição de sua frota em cerca de um terço e o ajuste nos preços das passagens para impulsionar a receita. A meta é atingir uma ocupação média de 83% nos voos. A companhia também busca melhorar o serviço de bordo e reforçar fontes de receita, como a cobrança por bagagens despachadas.
Para viabilizar as mudanças, a Azul está negociando um financiamento de US$ 1,6 bilhão, que ajudará a reduzir a dívida em mais de US$ 2 bilhões. A expectativa é que o processo de recuperação judicial seja concluído até fevereiro de 2026, com a empresa em uma situação financeira mais estável.
A Azul Linhas Aéreas enfrenta uma reestruturação financeira significativa, após solicitar proteção sob o Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA em maio de 2025. A companhia acumulou uma dívida de aproximadamente US$ 9,6 bilhões, grande parte originada durante a pandemia de COVID-19, e busca reduzir mais de US$ 2 bilhões dessa dívida, com apoio de investidores como American Airlines e United Airlines.
Como parte desse processo, a Azul obteve aprovação judicial para acessar US$ 250 milhões de um financiamento DIP (debtor-in-possession) de US$ 1,6 bilhão, destinado a manter as operações enquanto a reestruturação é concluída. Além disso, a companhia firmou um compromisso de investimento de US$ 650 milhões, aguardando aprovação do tribunal dos EUA.
Esse movimento segue uma tendência de reestruturação no setor aéreo latino-americano, com empresas como Gol, Latam e Aeroméxico também enfrentando desafios financeiros pós-pandemia.