A Azul (AZUL4) divulgou nesta terça-feira (30) seus resultados operacionais de agosto, apresentados à corte de Nova York como parte de seu processo de recuperação judicial (Chapter 11).
A companhia aérea registrou uma receita líquida de R$ 1,89 bilhão no mês. O resultado operacional ajustado, que exclui custos não recorrentes de reestruturação, atingiu R$ 425,6 milhões, o que representa uma margem operacional de 22,5%. O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 664,9 milhões, com uma margem de 35,2%.
Ao final de agosto, a Azul reportou uma posição de caixa e aplicações de curto prazo de R$ 1,67 bilhão, além de R$ 2,26 bilhões em contas a receber. O desempenho de agosto segue a forte performance observada em julho, quando a empresa teve um Ebitda ajustado de R$ 709 milhões e uma receita líquida total de R$ 2 bilhões, dados que impulsionaram suas ações no início do mês.
No balanço mais recente (segundo trimestre), a Azul reportou um lucro líquido de R$ 1,29 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 3,5 bilhões anotado no mesmo período do ano anterior.
Em 2024, a Azul bateu recordes em várias métricas: receita operacional, EBITDA, lucro operacional em muitos períodos. O EBITDA de 2024 foi de cerca de R$ 6,07 bilhões, com margem de 31,1% no agregado anual.
No 1T25, houve crescimento da receita operacional (15,3%) com forte impulso das operações internacionais (crescimento de ~39,2% nessa frente). A capacidade (número de voos / assentos operacionais) também aumentou, o que evidencia expansão.
Os custos estão sob pressão: variação cambial, preço do combustível, inflação, arrendamentos e manutenção de frota “custam caro”. Quando o real se desvaloriza frente ao dólar, o impacto negativo é substancial, pois muitos custos da aviação são em moeda estrangeira. A dívida é alta. Azul passou por processo de reestruturação, inclusive com medidas como “debt-for-equity swap”, alongamento de obrigações, capitalização, etc.