As ações da varejista de moda Azzas 2154 (AZZA3), proprietária de marcas como Farm e Reserva, registraram uma alta de 4,70%, atingindo R$ 43, nesta segunda-feira (30). O movimento no mercado ocorre em resposta ao anúncio de uma reestruturação significativa em seu conselho de administração.
A companhia informou que o número de assentos no conselho será reduzido de nove para sete, com um aumento na participação de membros independentes. A decisão, aprovada em reunião na última sexta-feira (27) e divulgada através de um Fato Relevante, ainda deverá ser confirmada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE).
A reformulação do conselho é resultado de meses de diálogo entre os acionistas de referência da Azzas, Alexandre Birman e Roberto Jatahy, que chegaram a um consenso sobre a estratégia do grupo e manifestaram apoio à nova composição do colegiado.
O JPMorgan manteve sua recomendação de compra (“overweight”) para as ações da Azzas, que considera negociadas a múltiplos atrativos, de 12 vezes o lucro estimado para este ano e 9 vezes para 2026. Os analistas do banco destacaram que, embora a estratégia operacional não deva ser impactada no curto prazo, a nova composição do conselho tem o potencial de reacender o debate do mercado sobre os fundamentos do negócio da varejista.
O executivo Nicola Calicchio Neto assume a presidência do conselho, substituindo Pedro Parente. Calicchio também coordenará o Comitê de Estratégia e Integração da empresa. Ele possui vasta experiência em consultoria empresarial, tendo liderado por muitos anos a operação brasileira de uma multinacional do setor.
Marcel Sapir, que já era membro do conselho, foi nomeado vice-presidente. Sua atuação passará a ser como membro independente, caso a mudança seja aprovada na AGE, uma vez que ele não está mais vinculado ao acordo de acionistas. Com essa alteração, o conselho passa a contar com três membros independentes.
A nova formação do conselho de administração terá Nicola Calicchio Neto, Marcel Sapir, Sylvia de Souza Leão Wanderley, Alexandre Birman, André Alicke De Vivo, Roberto Jatahy e Edison Ticle de Andrade Melo e Souza Filho como conselheiros efetivos. Anna Andrea Chaia e José Ernesto Beni Bologna, que deixaram seus cargos no conselho, continuarão colaborando com a empresa como assessores especiais da administração, focando em estratégia de marcas e recursos humanos, respectivamente.
Em seu comunicado, a Azzas enfatizou que as mudanças marcam uma nova fase no desenvolvimento da companhia. O grupo estabeleceu três objetivos principais para a reestruturação: acelerar a integração entre as diferentes áreas de negócio, concentrar esforços nas operações e consolidar uma visão estratégica para o período de 2025 a 2030. A empresa reconheceu a importância da formação original do conselho para estabelecer as bases de governança, e considera a nova configuração um passo significativo em seu processo de maturidade institucional.