O Banco Mundial alerta em relatório publicado na segunda-feira (15) que os países mais pobres, que abrigam um quarto da população global, enfrentam uma realidade sombria à frente. Esses países, que totalizam 1,9 bilhão de pessoas, enfrentam desafios significativos que exigem ação imediata e coordenada para evitar um agravamento das condições de vida e uma reversão dos ganhos alcançados nas últimas décadas.
O relatório destaca que metade das 75 nações mais vulneráveis está enfrentando, pela primeira vez neste século, um aumento da disparidade de renda em relação às economias mais ricas. Esse fenômeno representa um retrocesso nos esforços globais para promover a igualdade e reduzir as disparidades socioeconômicas.
O Banco alerta que entre os anos 2020 e 2024, a renda média per capita em metade dos países da Associação Internacional para o Desenvolvimento (AID) tem crescido mais lentamente do que nas economias ricas, atingindo a maior proporção desta tendência neste século. Com uma renda média per capita que não ultrapassa US$ 1.315 ao ano, a disparidade de renda entre esses países e as economias ricas continua aumentando nos últimos anos. Esse cenário ressalta a urgência de abordar as desigualdades globais e promover o desenvolvimento inclusivo.
Responsáveis por 90% da população que passa fome ou é subnutrida, metade desses países está em situação de superendividamento ou corre elevados riscos de chegar numa situação de crise. O relatório afirma ainda que credores públicos privados têm virado as costas para essas nações.
O estudo mostra ainda que, embora o mundo enfrente o envelhecimento da sua população, os países mais pobres têm um “dividendo demográfico” em potencial, com uma parcela crescente de trabalhadores jovens até 2070. Outros pontos positivos são o elevado potencial de produção de energia solar e enormes reservas de minerais, consideradas cruciais para a transição para uma matriz mais limpa.