O Banco Mundial afirmou na segunda-feira que a eliminação de práticas discriminatórias que impedem as mulheres de trabalhar ou abrir empresas poderia impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) mundial em mais de 20%, o que resultaria em uma duplicação da taxa de crescimento global na próxima década. O 10º relatório anual da instituição sobre Mulheres, Negócios e Direito mostrou que as mulheres têm, em média, apenas 64% das proteções legais que os homens têm, e nenhum país, nem mesmo os mais ricos, oferece oportunidades verdadeiramente iguais.
Pela primeira vez, o relatório avaliou como 190 países estão implementando as leis existentes para proteger as mulheres, revelando uma lacuna “chocante” entre a política e a prática. O número mais baixo reflete as principais deficiências reveladas pela inclusão de dois novos indicadores – segurança e assistência à infância – além dos já existentes sobre remuneração, casamento, paternidade, local de trabalho, mobilidade, patrimônio, empreendedorismo e pensões.
Conforme destacado pelo relatório, os obstáculos enfrentados pelas mulheres para ingressar na força de trabalho global incluem barreiras para abrir empresas, diferenças salariais persistentes e proibições de trabalhar à noite ou em empregos considerados “perigosos”. As mulheres também dedicam, em média, 2,4 horas a mais por dia ao trabalho de cuidado não remunerado do que os homens, com grande parte desse tempo sendo dedicado ao cuidado de crianças. Surpreendentemente, apenas 78 países promulgaram padrões de qualidade que regulamentam os serviços de creche.
Embora no papel as mulheres tenham cerca de dois terços dos direitos dos homens, os países muitas vezes carecem dos sistemas necessários para uma implementação e cumprimento totais, conforme aponta o relatório.
O relatório abrange uma série de recomendações específicas para os governos, visando melhorar vários aspectos fundamentais. Isso inclui a sugestão de aprimorar as leis relacionadas à segurança, cuidados infantis e oportunidades de negócios. Além disso, recomenda-se a promulgação de reformas que eliminem as restrições ao trabalho das mulheres, ampliem as disposições sobre licença maternidade e paternidade e estabeleçam cotas obrigatórias para mulheres nos conselhos de administração de empresas de capital aberto
Essas medidas são fundamentais para promover a igualdade de gênero, fortalecer os direitos das mulheres e criar um ambiente mais inclusivo e equitativo para todos os membros da sociedade.