Bancos alemães suspenderam pagamentos de mais de € 10 bilhões (aproximadamente US$ 11,7 bilhões) do PayPal (PYPL.O) após a identificação de milhões de transações suspeitas. A interrupção ocorreu na segunda-feira, depois que os bancos notaram um aumento incomum de débitos diretos sem verificação na semana anterior, conforme noticiado pelo jornal Sueddeutsche Zeitung.
Um porta-voz do PayPal na Alemanha admitiu a falha, declarando que a empresa teve uma “interrupção temporária de serviço” que afetou “certas transações de nossos parceiros bancários”. O comunicado oficial no site da empresa, em alemão, afirmou que a causa foi um problema técnico já solucionado.
O bloqueio levou a uma queda de 2,5% nas ações do PayPal no pré-mercado. O sistema de segurança do PayPal, projetado para filtrar tentativas de fraude, teria sido desativado ou falhado no final da semana passada, permitindo que a empresa enviasse débitos diretos não verificados aos bancos alemães.
A Associação de Caixas Econômicas e Giro da Alemanha, que representa mais de 300 bancos e provedores de serviços financeiros, confirmou o “impacto significativo nas transações de pagamento” em toda a Europa, especialmente na Alemanha. A associação também informou que as autoridades de supervisão, incluindo o regulador BaFin, foram notificadas sobre os incidentes.
A Comissão de Vigilância do Setor Financeiro (CSSF) de Luxemburgo, onde o PayPal Europe está sediado, não comentou o caso específico, mas afirmou que não há interrupções em andamento que exijam sua intervenção.
O PayPal se destaca na Europa Ocidental como um dos métodos de pagamento online mais populares. Na Alemanha, por exemplo, ele é mencionado em 93% das lojas online como opção de pagamento. Outros países europeus também apresentam índices elevados: em Reino Unido, Itália, França e Espanha, entre 89% e 91% dos consumidores fizeram pelo menos uma compra via PayPal num intervalo recente.
Recentemente, o PayPal lançou seu recurso “tap-to-pay” via NFC para usuários de iPhone na Alemanha, após a União Europeia obrigar a Apple a liberar a tecnologia NFC para apps de terceiros.