O BofA Global Research anunciou nesta segunda-feira (1º) que revisou sua previsão para a política monetária dos Estados Unidos, e agora espera que o Federal Reserve (Fed) promova um corte de 25 pontos-base na taxa de juros em sua reunião de dezembro. Anteriormente, a corretora de Wall Street projetava a manutenção dos custos de empréstimo.
A mudança na postura do BofA é atribuída a dois fatores principais: as condições enfraquecidas do mercado de trabalho americano e os comentários recentes de autoridades importantes do Fed, que sugerem uma inclinação para um corte antecipado. Um desses sinais “moderados” veio de John Williams, presidente do Fed de Nova York e vice-presidente do FOMC, que alimentaram as apostas do mercado.
O mercado em geral já precifica essa expectativa: a ferramenta FedWatch do CME Group indica uma probabilidade de 87,6% de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros já na reunião de dezembro, agendada para os dias 9 e 10. A maioria das principais corretoras globais converge para esse cenário, embora algumas, como Morgan Stanley e Standard Chartered, ainda prevejam a manutenção das taxas.
Além do corte esperado para dezembro, o BofA também projeta dois cortes adicionais de 0,25 ponto percentual em 2026 (em junho e julho), levando a taxa terminal do ciclo para 3,00%-3,25%.
Contudo, os analistas do BofA ressaltam que esta previsão de cortes adicionais no próximo ano se deve principalmente à mudança na liderança do Fed, e não a uma leitura econômica da corretora. O conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, emergiu recentemente como o favorito para ser o próximo presidente do Banco Central americano.
Apesar da antecipação, o BofA alerta para um risco: “Ao cortar as taxas na próxima semana, acreditamos que o Fed aumentaria o risco de levar a política monetária para território acomodativo, justamente quando o estímulo fiscal começar a surtir efeito”, acrescentou a corretora.






