O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciou mais um corte na taxa básica de juros nesta quarta-feira (21). A decisão já era projetada por analistas, já que o comitê sinalizou cortes de 0,5% na Selic em reuniões anteriores – com a atual redução, a nova taxa é de 10,75% ao ano, antes estava em 11,25%.
Já foi antecipado pelo BC que haverá mais um corte de 0,5% na reunião de maio – contudo, especialistas destacaram que no documento a reunião para a redução é descrita no singular, o que pode sugerir que não haverá novos cortes nos encontros seguintes do Copom. O ritmo pode ser interrompido por conta da inflação, que pode ser retomada com o reaquecimento do mercado – a questão preocupa economistas.
“O Comitê avalia que o cenário-base não se alterou substancialmente. Em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do Comitê, unanimemente, optaram por comunicar que antevêem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião. O Comitê avalia que essa é a condução apropriada para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário“, disse o comunicado.
Críticas do setor produtivo
A decisão de manter o corte de 0,5 ponto percentual foi criticada por entidades industriais e sindicatos, que esperavam uma redução maior do Banco Central. Em nota, Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), afirma que é “importante que o BC compreenda a realidade brasileira e dê a sua contribuição para a tão necessária redução de custo financeiro suportado pelas empresas”.
“Sem essa mudança urgente de postura, fica mais difícil avançar na agenda de neoindustrialização, o que, consequentemente, anula oportunidades de mais prosperidade econômica para o país”, disse Alban. Outras entidades e centrais sindicais pontuaram que o corte de 0,5% na Selic foi “tímido”, em comparação ao atual cenário do mercado nacional.