BC deverá subir a Selic em 0,25 p.p

Crescimento da economia acima das expectativas e cenário fiscal devem balizar a decisão

Internet

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne, na próxima terça-feira, 17 de setembro, para decidir sobre a taxa Selic. De acordo com o Paraná Banco Investimentos, pela primeira vez no ano, o colegiado fará um aumento na taxa de juros e elevará a Selic para 10,75% ao ano, alta de 0,25 p.p.

Segundo Pedro Oliveira, tesoureiro do Paraná Banco Investimentos, há um consenso de que a taxa de juros precisa subir, tanto no Boletim Focus, quanto na precificação da curva de juros. O PIB potencial do Brasil é aproximadamente 2% e este ano devemos crescer algo próximo a 3%. O setor de serviços cresceu 4,3% em julho, na comparação anual, segundo o IBGE, sendo que a expectativa era 2,5%. Isso pressiona as expectativas de inflação futura, justamente o que o Banco Central quer controlar. “O comitê pesa muito mais a expectativa de inflação futura, para 2025 e 2026, do que a inflação corrente. Mesmo que o IPCA de julho tenha vindo com deflação, a expectativa futura ainda está acima da meta.”, afirma Oliveira.

Oliveira explica ainda que a tendência da Selic é ter sucessivas altas até o início de 2025. “Além do aumento das expectativas inflacionárias, o receio em relação às contas públicas ainda não foi pacificado pelo Governo. O cumprimento da meta fiscal de 2024 e 2025 está ancorado em receitas extraordinárias e não em corte de gastos, o que não traz credibilidade ao mercado. Por esse motivo a curva de juros precifica sucessivas altas na Selic até chegar a taxa terminal de 12%.”

A instituição projeta o IPCA em torno de 4,30%. Segundo Oliveira “É importante lembrar que, apesar do índice geral ter desacelerado mês passado, a inflação de serviços, no acumulado de 12 meses, passou de 5,10% em julho para 5,18% em agosto, maior patamar desde fevereiro deste ano“.

Em relação ao câmbio, Oliveira acredita que deve se manter ao redor deste patamar de R$ 5,50 visto nas últimas semanas, podendo o Real se beneficiar com uma possível queda de juros nos EUA. “Adicionalmente, uma vitória de Kamala Harris na corrida presidencial americana ajudaria as moedas emergentes, como o Real.” explica Oliveira.

Para os investidores, a renda fixa vem se tornando ainda mais competitiva nas últimas semanas, sendo a melhor opção para quem quer bons retornos e menos risco, porém recomenda-se os papéis pós-fixados neste cenário de novas altas da Selic.

Sair da versão mobile