A administração Biden anunciou planos para impor novas tarifas sobre uma série de produtos chineses, incluindo veículos elétricos, baterias avançadas, células solares, aço, alumínio e equipamentos médicos. Essa medida, em um ano eleitoral, está aumentando o atrito entre as duas maiores economias do mundo.
O governo chinês reagiu rapidamente, emitindo na terça-feira uma declaração de que as tarifas “afetarão seriamente a atmosfera de cooperação bilateral”. Funcionários do governo expressaram a crença de que as tarifas não aumentarão as tensões com a China, porém, esperam que o país explore maneiras de responder aos novos impostos sobre seus produtos. O impacto a longo prazo sobre os preços ainda é incerto, e há preocupações de que as tarifas possam contribuir para uma disputa comercial mais ampla entre as duas nações.
As tarifas serão implementadas gradualmente ao longo dos próximos três anos, com as que entrarão em vigor em 2024 abrangendo VEs, células solares, seringas, agulhas, aço e alumínio e muito mais. Atualmente, existem muito poucos veículos elétricos da China nos EUA.
Lael Brainard, diretora do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, afirmou que as tarifas aumentarão o custo de produtos chineses selecionados. Ela argumentou que essas medidas ajudarão a frustrar os esforços de Pequim para dominar o mercado de tecnologias emergentes de maneiras que representam riscos para a segurança nacional e a estabilidade econômica dos EUA.
De acordo com as conclusões de uma revisão de quatro anos sobre o comércio com a China, a taxa de imposto sobre veículos elétricos (VEs) chineses importados aumentará para 102,5% este ano, um aumento significativo em relação aos níveis anteriores de 27,5%. Essa revisão foi conduzida no âmbito da Seção 301 da Lei do Comércio de 1974, que autoriza o governo a retaliar contra práticas comerciais consideradas injustas ou que violam as normas globais.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, afirmou que os EUA estão violando os princípios de uma economia de mercado e as regras econômicas e comerciais internacionais. Ele descreveu as medidas como um ato flagrante de intimidação.