A BlackRock (BLK.N) anunciou um novo recorde em seus ativos sob gestão (AUM), que alcançaram US$ 12,53 trilhões no segundo trimestre de 2025. A performance foi impulsionada pela recuperação dos mercados globais, influenciada pela expectativa de acordos comerciais e possíveis cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos.
O cenário marcou uma reviravolta em relação ao início de abril, quando preocupações com tensões comerciais e geopolíticas haviam afetado a confiança do mercado. No entanto, um mercado de trabalho resiliente e a perspectiva de alívio em algumas medidas comerciais levaram os principais índices dos EUA a máximas históricas no final de junho. O índice S&P 500 (.SPX) registrou uma alta de 10,57% no segundo trimestre, saindo do território de baixa.
Os ativos sob gestão da BlackRock cresceram de US$ 10,65 trilhões no ano anterior para o patamar de US$ 12,53 trilhões no trimestre encerrado em 30 de junho. As entradas líquidas de longo prazo totalizaram US$ 46 bilhões, uma queda de 9,8% em relação ao ano anterior, impactadas pela retirada de US$ 52 bilhões de um fundo de índice de taxa mais baixa por um cliente institucional. No geral, os fluxos líquidos atingiram US$ 68 bilhões, impulsionados principalmente por fundos de gestão de caixa e do mercado monetário.
Houve um aumento nas entradas de produtos de ações, que subiram para US$ 28,8 bilhões, ante US$ 6,44 bilhões no ano anterior. Já os produtos de renda fixa registraram saídas de US$ 4,66 bilhões.
O CEO da BlackRock, Larry Fink, destacou o crescimento orgânico de taxas básicas mais diversificado e elevado, impulsionado pela expansão dos relacionamentos com clientes.
A turbulência nos títulos do Tesouro dos EUA no trimestre também foi um ponto de atenção, com o rendimento de referência de 10 anos registrando um dos maiores aumentos semanais desde 2001. Executivos da BlackRock expressaram preocupações sobre o aumento da dívida dos EUA, que poderia impactar a demanda por títulos de longo prazo e pelo dólar. A desvalorização do dólar, no entanto, gerou um impacto cambial positivo de US$ 171,52 bilhões para a BlackRock no trimestre.
As taxas de desempenho da empresa recuaram 42,7%, para US$ 94 milhões, após uma queda ainda maior no primeiro trimestre. A BlackRock tem direcionado seus esforços para o mercado privado, que oferece margens de receita mais elevadas em comparação com os ETFs de baixo custo, onde a concorrência é acirrada. Os mercados privados registraram entradas de US$ 6,82 bilhões no trimestre. A empresa projeta que seus negócios de mercados privados e tecnologia representarão 30% ou mais de sua receita total até 2030, um aumento significativo em relação aos 15% registrados em 2024.