Blackstone recua e deixa consórcio para compra do TikTok nos EUA

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LONDON, ENGLAND - FEBRUARY 28: In this photo illustration, a TikTok logo is displayed on an iPhone on February 28, 2023 in London, England. This week, the US government and European Union's parliament have announced bans on installing the popular social media app on staff devices. (Photo by Dan Kitwood/Getty Images)

A gigante de private equity Blackstone retirou-se de um consórcio que buscava investir nas operações do TikTok nos Estados Unidos, informou à Reuters na sexta-feira uma fonte com conhecimento direto do assunto. A decisão ocorre em um momento de crescente incerteza e múltiplos adiamentos em relação ao futuro do TikTok, que se tornou um ponto central nas negociações comerciais entre os EUA e a China.

A Blackstone tinha planos de adquirir uma participação minoritária nos negócios do TikTok nos EUA, em um acordo que havia sido negociado sob a administração do então presidente Donald Trump. O consórcio, que ainda inclui o Susquehanna International Group e a General Atlantic, atuais investidores da ByteDance (empresa chinesa proprietária do TikTok), era considerado o principal candidato para assumir as operações americanas do aplicativo. O modelo de acordo previa que investidores americanos deteriam 80% do TikTok, enquanto a ByteDance manteria uma participação minoritária.

O prazo para que a ByteDance vendesse o popular aplicativo de mídia social nos EUA tem sido repetidamente adiado, gerando insegurança entre os investidores. No mês passado, Trump assinou uma terceira ordem executiva estendendo o prazo para 17 de setembro, caso a ByteDance não consiga concluir a venda. Em abril de 2024, o Congresso aprovou uma lei que exige a venda ou o fechamento do TikTok até 19 de janeiro de 2025.

As prorrogações têm gerado críticas de alguns legisladores, que acusam o governo Trump de desrespeitar a lei e ignorar as preocupações de segurança nacional relacionadas ao controle chinês sobre o TikTok. A ByteDance tem explorado diversas alternativas para mitigar essas preocupações, incluindo a venda ou a reestruturação de suas operações nos EUA. A empresa chinesa recentemente superou a Meta em receita trimestral, com um faturamento de US$ 43 bilhões nos primeiros três meses deste ano, conforme reportado pela Reuters.

O consórcio americano, que contava com o apoio do governo para qualquer acordo envolvendo o TikTok, também inclui a KKR e novos investidores como a Andreessen Horowitz, conforme havia sido noticiado anteriormente. A Oracle também deve adquirir uma participação. A Reuters não conseguiu confirmar se os demais membros do consórcio ainda estão envolvidos.

Um acordo para separar as operações americanas do TikTok e transformá-las em uma nova empresa com sede nos EUA estava em discussão nesta primavera. No entanto, as negociações foram suspensas após a China sinalizar que não aprovaria a transação, especialmente após o anúncio de novas tarifas sobre produtos chineses por parte de Trump. Caso a venda seja concluída, espera-se que o novo aplicativo americano seja controlado por uma joint venture formada por um consórcio de investidores americanos e pela ByteDance, que manteria uma participação minoritária. O TikTok já estaria trabalhando em um aplicativo específico para o mercado americano, segundo fontes da Reuters.

A decisão da Blackstone de se retirar do consórcio evidencia a complexidade e a incerteza que cercam o futuro do TikTok nos Estados Unidos, com as negociações agora intrinsecamente ligadas às discussões comerciais mais amplas entre Trump e a China. O próprio Trump afirmou que pretende discutir a questão do TikTok com o presidente chinês Xi Jinping.

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