BNDES, MMA, MPI e Funai anunciam projetos selecionados na 3ª chamada do Restaura Amazônia

Foto: Rafael Silva/BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) divulgaram nesta sexta-feira, 21, na Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima 2025 (COP30), em Belém, o resultado da terceira seleção pública de propostas apoiadas pela iniciativa Restaura Amazônia, que conta com R$ 450 milhões do Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Nesse terceiro bloco de editais, foram selecionados 19 projetos de apoio à restauração ecológica e fortalecimento da cadeia produtiva da restauração em terras indígenas na Amazônia Legal, somando mais de 3,3 mil hectares em 26 Terras Indígenas na região do Arco da Restauração, distribuídas pelos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Pará e Maranhão. O Restaura Amazônia representa um dos maiores esforços de restauração ecológica já realizados no país.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, também participou da divulgação dos resultados e citou a importância da participação internacional na proteção florestal. “A gente espera que os líderes globais entendam que não há como pensar soluções para a crise climática se não incluir todos e todas que protegem e cuidam da biodiversidade. Não tem como encontrar soluções efetivas se não incluir essas diferentes vozes. Esta COP aqui na Amazônia, em Belém, está consolidada como a COP com a maior e melhor participação indígena, comunidades tradicionais e afrodescendentes“, destacou.

Juntas, as 19 propostas receberão R$ 123,6 milhões de apoio do Fundo Amazônia para restaurar uma área total de 3.380 hectares. “Esses recursos e ações, diretamente do Fundo Amazônia, são uma prestação de contas à sociedade brasileira e o resultado do trabalho, do esforço dos servidores, de povos e comunidades tradicionais, do combate ao desmatamento”, comemorou Edel Moraes, Secretária Nacional  de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável (SNPCT) do MMA.

A iniciativa conta com três parceiros gestores, selecionados pelo BNDES por meio de chamada pública: Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), na macrorregião 1 (Acre, Amazonas e Rondônia); Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), na macrorregião 2 (Mato Grosso e Tocantins); e Conservação Internacional (CI) na macrorregião 3 (Pará e Maranhão). Até o momento, cada parceiro publicou quatro blocos de editais de chamada de projetos, sendo que o terceiro bloco de editais foi lançado em abril de 2025.

Nesse terceiro bloco de editais, a macrorregião 1 teve seis propostas selecionadas, totalizando R$ 41,7 milhões e abrangendo cerca de mil hectares. As proponentes selecionadas foram as seguintes: Associação Metareila do Povo Indígena Surui, Cooperativas Fish & Produtos Agrícolas do estado de Rondônia, Wildlife Conservation Society (WCS Brasil), Associação Indígena Zavidjaj Djiguhr, Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé e Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasilera (Coiab).

A macrorregião 2 também teve seis propostas selecionadas, totalizando R$ 43,7 milhões e abrangendo cerca de 1,1 mil hectares. As proponentes selecionadas foram as seguintes: Ação Ecológica Guaporé (Ecoporé), Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto Perene, Amazon Conservation Team Brasil (ACT Brasil), The Nature Conservancy Brasil (TNC Brasil) e Instituto de Caciques e Povos indígenas da Ilha do Bananal (Icapib).

Já na macrorregião 3, sete propostas foram selecionadas, totalizando R$ 38,1 milhões e abrangendo cerca de 1,27 hectares. As proponentes selecionadas foram as seguintes: Fundação de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento; Sustentável Guamá; Associação Indígena Pore Kayapo; Instituto Socioambiental (ISA); Associação Indígena Tato’a; Associação Bebô Xikrin da Terra Indígena Trincheira Bacajá; e Associação Extrativista do Rio Kabitutu Wuyxaximã.

 A iniciativa Restaura Amazônia é uma das ações do BNDES visando à transformação da região conhecida como Arco do Desmatamento em Arco da Restauração, que conta com R$ 450 milhões do Fundo Amazônia e R$ 50 milhões da Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras). Entre novembro do ano passado e este mês de outubro de 2025, foram publicados 12 editais de seleção de projetos de restauração florestal e implantação de sistemas agroflorestais (SAFs) em áreas degradadas de unidades de conservação, terras indígenas, áreas de preservação permanente (APPs) e reservas legais em assentamentos e pequenas propriedades rurais.

Os três últimos editais com foco em unidades de conservação, um para cada macrorregião, tiveram prazo para recebimento de propostas encerrado em 10 de novembro de 2025 e estão sob análise dos parceiros gestores e da Comissão de Seleção.

O Arco da Restauração é uma política pública que pretende recuperar 6 milhões de hectares até 2030, alcançando 24 milhões de hectares até 2050, em um imenso arco, que atravessa parte dos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Pará e Maranhão. A região, conhecida como Arco do Desmatamento, concentra 75% de toda a devastação da Amazônia, por isso sua recuperação é estratégica não só para o país, mas para todo o planeta.

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