Bolsa de Buenos Aires registra tombo histórico e recua mais de 50% em dólares

Enquanto a maioria das bolsas de valores globais celebra altas expressivas em 2025, a Argentina vive um capítulo frustrante. O Merval, principal índice da Bolsa de Buenos Aires, despencou mais de 50% em dólares, a pior performance entre 21 bolsas monitoradas pela consultoria Elos Ayta, superando a queda de 2008.

O cenário contrasta fortemente com os vizinhos. A Colômbia lidera o ranking com valorização de 51,08% em dólares, seguida pela Espanha (+46,34%) e Itália (+38,78%). Até mesmo os principais índices dos Estados Unidos, como Nasdaq (+13,3%), S&P 500 (+10,73%) e Dow Jones (+7,44%), demonstram crescimento, ainda que mais modesto.

Segundo a consultoria, a acentuada queda em 2025 na Argentina, que em pesos chega a 31,78%, é ainda mais impactante em dólares, atingindo 50,35%. Para a Elos Ayta, a volatilidade não é novidade: “há um padrão claro de funcionamento: períodos de grandes ganhos tendem a ser seguidos por quedas igualmente históricas“. Em 2024, o Merval havia disparado 114,91% em dólares.

Já o Ibovespa, principal índice brasileiro, apresenta uma performance peculiar. Embora tenha subido 17,74% em reais, em dólares sua valorização chega a 34,32%. Isso acontece porque o dólar se desvalorizou 12,35% frente ao real, beneficiando investidores estrangeiros que obtiveram quase o dobro do retorno.

O documento da Elos Ayta compara a situação atual com quedas históricas do Merval. Em 2008, a crise financeira global, somada à nacionalização dos fundos de pensão e ao aumento da inflação local, resultou em uma desvalorização de 54,17%. Uma década depois, em 2018, uma crise interna com problemas cambiais e inflação elevada fez o índice recuar 49,96%.

Em 2025, o Merval mantém a tradição de “carrossel extremos”, enquanto países vizinhos como Brasil, Chile, México e Colômbia “surfam a maré global”. A consultoria alerta que o investidor precisa entender que a Argentina vive uma realidade isolada, tanto em moeda local quanto em dólares.

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