Brasil deve ingressar na Opep+, mas sem participar so sistema de cotas de produção

Presidente da Petrobras declarou que decisão será tomada até junho de 2024

O presidente-executivo da Petrobras, Jean Paul Prates, informou à Reuters que o Brasil pretende integrar o grupo de produtores de petróleo Opep+ com um papel de cooperação e observação das decisões, sem participar do sistema de cotas de produção. 

O possível ingresso do Brasil na Opep+, que inclui os principais produtores de petróleo e aliados, como a Rússia, foi anunciado durante uma reunião do grupo com a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na quinta-feira (30).

Silveira afirmou na reunião que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “confirmou nossa carta de cooperação” com o grupo de países produtores de petróleo a partir de janeiro de 2024, e uma equipe técnica do governo está analisando o convite recebido. 

O presidente da Petrobras destacou que o Brasil irá avaliar as regras de funcionamento da plataforma e tomar uma decisão até junho do próximo ano.

Fontes anteciparam à Reuters que o Brasil provavelmente não participará do sistema de cotas de produção da Opep+, um aspecto resistido pela Petrobras, que busca aumentar sua extração no país para expandir a oferta de derivados no mercado interno. Além disso, a empresa obtém receitas significativas com exportações de petróleo.

O Brasil, como maior produtor de petróleo na América do Sul, registrou uma produção de 4,66 milhões de barris de óleo equivalente por dia (petróleo e gás) em setembro.

A Opep+, responsável por mais de metade da produção global de petróleo, foi estabelecida para coordenar e unificar políticas de produção e exportação de petróleo pelos países membros, visando proteger interesses individuais e coletivos. 

As decisões da Opep+ influenciam a quantidade de petróleo produzida, controlando os preços no mercado global. As cotas, que determinam a quantidade máxima que cada país pode produzir diariamente, não seriam adotadas pelo Brasil, de acordo com o presidente da Petrobras.

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

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