Brasil registra saída líquida de US$ 3,36 bilhões no câmbio em dezembro

Investimento Estrangeiro em Ações Brasileiras Apresenta Saldo Positivo de US$ 1,88 Bilhão em Maio, Aponta BC

O cenário das contas externas brasileiras apresentou uma forte retração em dezembro, impulsionada principalmente pela saída de capitais no segmento financeiro.

Segundo dados preliminares divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira, o Brasil registrou um déficit no fluxo cambial de US$ 3,363 bilhões até o dia 19 do mês. O resultado reflete uma pressão acentuada na última semana reportada (15 a 19 de dezembro), que sozinha acumulou um saldo negativo de US$ 6,472 bilhões.

O principal responsável pelo desempenho negativo foi o canal financeiro, que registrou uma saída líquida de US$ 9,230 bilhões no período. Essa conta engloba operações sensíveis, como investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucros para o exterior e pagamentos de juros.

Em contrapartida, o canal comercial apresentou um saldo positivo de US$ 5,867 bilhões, ajudando a amortecer o impacto das retiradas financeiras, mas sem força suficiente para reverter o saldo total do mês.

No balanço consolidado de 2025 até o dia 19 de dezembro, o país acumula um déficit cambial considerável de US$ 23,118 bilhões. Tradicionalmente publicados às quartas-feiras, os números do fluxo cambial contratado foram excepcionalmente antecipados para esta sexta-feira em decorrência do feriado de Natal. Os dados reforçam um ano de cautela no mercado, marcado por uma movimentação financeira que supera as entradas geradas pelo comércio exterior.

Do ponto de vista macroeconômico, esse fluxo negativo exerce uma pressão natural de desvalorização sobre o Real, já que a maior demanda pela moeda americana para remessas reduz a liquidez de dólares no mercado interno.

Quando o fluxo cambial acumulado do ano fecha em um patamar negativo expressivo, como os US$ 23,118 bilhões registrados até agora, isso sinaliza que o país está perdendo divisas na conta financeira em um ritmo superior ao que consegue atrair via exportações. Para o Banco Central, esse dado é um termômetro importante para monitorar a volatilidade do câmbio e a necessidade de intervenções para garantir a estabilidade da moeda.

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