Durante a COP29, em Baku, no Azerbaijão, o diretor de Compliance e Riscos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luís Augusto Navarro, afirmou que o Brasil tem todas as condições para se tornar o primeiro país do G20 a alcançar a neutralidade em carbono. A declaração foi feita durante um painel no qual foram apresentadas as primeiras conclusões do Climate Scanner , um monitoramento global de políticas públicas externas para o enfrentamento das mudanças climáticas, dirigidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e apoiadas pelo BNDES.
Navarro destacou que o Brasil, com seu potencial em energias renováveis, biodiversidade e políticas ambientais, possui os recursos e a infraestrutura necessários para atingir esse objetivo ambicioso. Ele também ressaltou a importância do envolvimento de todos os setores da sociedade e do governo para que o país alcance a neutralidade de carbono de forma sustentável.
“Se conseguirmos deter ou até reverter a devastação da floresta, o Brasil pode ser o primeiro país do G20 a alcançar a neutralidade em carbono”, afirmou. “Diferentemente de outros países, já temos uma matriz energética muito limpa, então temos condições de reverter as razões que nos incluem nessa lista desagradável”, completou.
Durante o painel na COP29, Hugo Freire, apresentou as primeiras conclusões do Climate Scanner , uma plataforma global inovadora que reúne informações sobre mais de 140 países. A plataforma foi desenvolvida para avaliar, de maneira padronizada e com uma metodologia única, as políticas governamentais no enfrentamento das emergências climáticas.
Os dados apresentados por Freire mostram que 77% dos países abrangidos têm planos setoriais alinhados com as estratégias nacionais de mitigação, mas seu monitoramento precisa ser aprimorado, na medida em que 73% dos governos nacionais não sabem o quanto gastam efetivamente em ações climáticas.
A ferramenta, viabilizada por apoio de até US$ 1 milhão do BNDES, por meio de acordo entre o Banco e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é a principal entrega da presidência do Brasil na Intosai, organização das entidades fiscalizadoras superiores do mundo, que está sendo exercida pelo TCU por dois anos encerrados neste mês de dezembro.
*Com informações da Agência BNDES