Segundo informações da Safras & Mercado enviadas à Reuters nesta segunda-feira, a colheita de café no Brasil está avançando rapidamente na safra 2024/25. Este avanço é impulsionado pelo clima seco e pela maturação precoce do café arábica. Apesar dos preços elevados, a comercialização está atrasada.
Até o dia 11 de junho, 37% da safra de café no Brasil já havia sido colhida, um percentual que supera tanto o registrado no mesmo período do ano passado (33%) quanto a média dos últimos cinco anos para o mesmo período (34%), de acordo com dados da Safras & Mercado.
A colheita do café arábica, que representa aproximadamente dois terços da produção nacional, está avançando significativamente, com 30% dos trabalhos já concluídos, conforme relatado pela Safras & Mercado em seu relatório. Esse ritmo é cinco pontos percentuais superior ao registrado no mesmo período do ano passado e à média dos últimos cinco anos para o período correspondente.
A questão da peneira mais miúda continua sendo um desafio, mas, segundo análise do consultor de Safras, Gil Barabach, isso não tem resultado em perdas significativas de rendimento devido à maior densidade dos grãos.
Até o último dia 11 de junho, um levantamento da consultoria indicou que os produtores brasileiros haviam vendido 22% do potencial da safra de café 2024/25. Esse percentual é inferior aos 26% vendidos no mesmo período da safra anterior e também está abaixo da média dos últimos cinco anos, que era de 32%.
O consultor destacou que os preços elevados nas bolsas de café, tanto para o arábica em Nova York quanto para o robusta em Londres, combinados com a valorização do dólar (que atingiu 5,40 reais), levaram os preços do café conilon a níveis históricos no Brasil.
Além disso, o café arábica de melhor qualidade está sendo negociado a mais de 1.300 reais por saca, um preço similar ao alcançado durante o período de repercussão da geada de 2021, que afetou severamente as plantações.