A taxa de desemprego no Brasil registrou 7,0% no trimestre encerrado em março de 2025, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou em linha com a mediana das expectativas do mercado, que também apontava para 7,0%, segundo pesquisa da Reuters.
Apesar de representar um aumento de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre móvel anterior (encerrado em dezembro de 2024), a taxa de desocupação atual é inferior aos 7,9% observados no mesmo período de 2024. Além disso, o índice de 7,0% configura a menor taxa de desemprego para o primeiro trimestre desde o início da série histórica da pesquisa, superando o patamar de 7,2% registrado no trimestre encerrado em março de 2014.
O aumento da desocupação na comparação trimestral foi impulsionado pelo crescimento de 13,1% na população desocupada, ou seja, o número de pessoas em busca de trabalho. Isso representa um acréscimo de 891 mil indivíduos procurando emprego. Contudo, o contingente de desocupados ainda se mantém 10,5% abaixo do registrado no primeiro trimestre de 2024.
Outro fator que contribuiu para a elevação da taxa de desemprego foi a retração na população ocupada do país, que diminuiu em 1,3 milhão de pessoas (-1,3%) na comparação com o trimestre anterior. Apesar dessa queda, o número de trabalhadores ocupados permanece 2,3% acima do registrado no mesmo período do ano passado, com 2,3 milhões de pessoas a mais empregadas.
A coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, avaliou que “o bom desempenho do mercado de trabalho nos últimos trimestres não chega a ser comprometido pelo crescimento sazonal da desocupação. Mesmo com expansão trimestral, a taxa de desocupação do 1º trimestre de 2025 é menor que todas as registradas nesse mesmo período de anos anteriores”.
Apesar da redução na população ocupada, o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado se manteve estável em relação ao trimestre anterior, permanecendo em 39,4 milhões. Por outro lado, o número de empregados sem carteira no setor privado apresentou uma queda de 5,3% (-751 mil pessoas) em comparação com o último trimestre de 2024.
“A retração da ocupação no primeiro trimestre ocorreu principalmente no emprego sem carteira relacionado à Construção, Serviços Domésticos e Educação”, detalhou Beringuy.