A Brava Energia comunicou ao mercado nesta quarta-feira (6) a monetização integral e antecipada de recebíveis no valor de US$ 260 milhões. A transação, relacionada ao financiamento do projeto FPSO Atlanta na bacia de Santos, foi realizada com a Yinson Production Offshore.
Do montante total, a companhia recebeu US$ 4,5 milhões em julho e os US$ 255,5 milhões restantes foram pagos na data de hoje. A monetização antecipada permitirá à Brava Energia otimizar sua estrutura de capital, reduzir a alavancagem e, segundo a empresa, gerar um efeito positivo de mais de US$ 40 milhões na geração de caixa operacional nos próximos três anos. A operação faz parte da estratégia de liability management (gestão de ativos e passivos) da petrolífera.
No início da semana, a Brava Energia já havia divulgado dados preliminares de produção de julho de 2025, que registraram um novo recorde. A média diária de produção foi de 90,9 mil barris de óleo equivalente (boe), superando os 87,2 mil boe/d reportados em junho.
O bom desempenho é reflexo da evolução no segmento offshore (extração no mar), que registrou 56,2 mil boe por dia, enquanto a produção onshore (em terra) foi de 34,7 mil boe por dia. A companhia destacou o campo de Papa-Terra, que alcançou em julho o melhor resultado de produção desde agosto de 2021, e a evolução da operação de Atlanta no primeiro semestre do ano.
Em dezembro de 2022, a Brava (que na época era 3R Petroleum) adquiriu 100% da participação no campo de Papa‑Terra da Petrobras, com pagamento à vista de USD 18,2 milhões mais contingências de até USD 80,4 milhões, dependendo do desempenho do ativo e das cotações do petróleo Brent. O campo está localizado em águas profundas da Bacia de Campos (lámina d’água entre 400 e 1.600 m) e possui infraestrutura offshore, incluindo FPSO e plataformas de produção.
Em fevereiro de 2025, o Conselho de Administração da Brava aprovou uma campanha integrada de desenvolvimento dos campos de Atlanta e Papa‑Terra, que inclui a perfuração de dois novos poços em Papa‑Terra, com conexões previstas para 2026. A estratégia faz parte das sinergias entre os ativos herdados da fusão da Brava (ex‑3R Petroleum) com a Enauta em abril de 2024, o que ampliou o portfólio produtivo da empresa.