A montadora chinesa BYD protocolou entre fevereiro e março três pedidos junto ao governo federal para reduzir a tarifa de importação de carros e picapes parcialmente desmontados, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Os pedidos referem-se à importação de kits CKD (Completely Knocked Down) e SKD (Semi Knocked Down), que são conjuntos de peças fabricadas no exterior e utilizadas na montagem de veículos no Brasil. A associação de montadoras Anfavea posicionou-se contra a concessão do benefício, afirmando na terça-feira (8) que o governo não deve aprovar os pleitos apresentados por três grupos chineses — sem citar nomes.
Procurado pela Reuters, o MDIC confirmou que a BYD submeteu dois pedidos em 25 de fevereiro, propondo a redução da alíquota de 35% para 10%. As propostas seguem em consulta pública até 11 de abril e, após esse prazo, serão analisadas pela Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex).
Os pedidos apresentados pela BYD detalham diferentes configurações de veículos eletrificados. Um dos pleitos feitos em fevereiro refere-se a um “automóvel semidesmontado, incompleto, assim classificado o automóvel que, com exceção da carroceria, se apresenta inteiro ou parcialmente desmontado, cujo consumo energético não seja superior a 0,66 megajoule por quilômetro”. O segundo pedido de fevereiro envolve um modelo similar, mas com exigência de autonomia mínima de 250 quilômetros no padrão PBEV (híbrido plug-in).
Já o terceiro requerimento, protocolado em 17 de março, solicita a redução da alíquota de importação para uma picape híbrida plug-in, semidesmontada, com cabine dupla e capacidade de carga inferior a 5 toneladas. De acordo com o MDIC, essa solicitação permanecerá em consulta pública até 1º de maio, antes de seguir para análise da Secretaria Executiva da Camex.